Israel dá à população instruções contra mísseis em caso de guerra
O ministério da Defesa israelita inicia hoje um programa em todos os meios de comunicação social para ensinar a população civil a proteger-se de ataques com mísseis e foguetes em caso de guerra
O programa designa-se Estar Protegidos e Preparados, terá duração de três semanas e será difundido em cinco línguas para chegar com eficácia às comunidades israelitas de diferentes origens.
As instruções serão difundidas via rádio, por televisão e Internet. A preparação do programa exigiu cinco meses com a participação de peritos, informou o Comando Militar de Retaguarda.
Este tipo de adestramento já foi ministrado à população em 1990 na sequência de ataques balísticos do Iraque contra Israel durante a guerra desse ano no Golfo Pérsico, empreendida pelos Estados Unidos e seus aliados contra o país de Saddam Hussein devido à invasão do Kuwait.
O temor, nessa altura, era que o Iraque lançasse gases letais nas ogivas dos seus mísseis, que demoravam cerca de quatro minutos a chegar à parte ocidental do território de Israel, que não intervinha na guerra.
Por esse motivo, os civis foram apetrechados com máscaras anti-gás, equipamento que tem que ser renovado periodicamente.
Respondendo a críticas ao programa, um funcionário do Comando de Retaguarda garantiu que a campanha «não é motivada por qualquer ameaça específica ou iminente».
O programa de adestramento, que incluirá a preparação de espaços isolados no interior das residências para o caso de um ataque, entre outras precauções, também será difundido através de um folheto a distribuir pelas autoridades a todos os cidadãos.
A campanha nos órgãos de comunicação social segue-se à criação, há uma semana, de um novo organismo, a Autoridade Nacional de Emergência, na dependência do ministério da Defesa e das Forças Armadas, dos quais também passarão a depender a polícia nacional e os bombeiros em caso de guerra.
Estas últimas decisões, explicam fontes militares, são ditadas pelas lições extraídas da segunda guerra no Líbano, em 2006, contra a milícia islâmica de Hezbollah.
Os milicianos libaneses responderam à invasão israelita para libertar dois soldados capturados pelos islamistas com o disparo de 4.000 foguetes do tipo Katyusha, que possuem um alcance até 25 quilómetros e são equipados com explosivos convencionais.
Lusa/SOL