Egito acusa Israel de influenciar EUA a suspender ajuda
Heba Saleh
do Cairo
Hosni Mubarak, presidente do Egito
O presidente do Egito culpa Israel pelo congelamento da ajuda
O governo egípcio acusou Israel nesta quarta-feira de interferir em suas relações com os Estados Unidos ao levar o Congresso americano a suspender US$ 100 milhões em ajuda militar anual ao Egito.
A acusação coincide com a visita do ministro da Defesa de Israel, Ehud Barak, ao Egito para conversar com o presidente egípcio Hosni Mubarak.
O objetivo do encontro era discutir como acabar com o contrabando de armas por túneis sob a fronteira do Egito com a Faixa de Gaza.
O Congresso americano congelou parte da ajuda ao Egito enquanto autoridades dos Estados Unidos verificam se o governo egípcio está adotando medidas para acabar com o contrabando.
Um porta-voz da Presidência egípcia disse que o país está fazendo todos os esforços para impedir o contrabando na fronteira com Gaza, mas não pode "garantir resultados 100%".
Tensão
Autoridades que acompanham o ministro da Defesa de Israel no Egito negaram as acusações de interferência nas relações entre os Estados Unidos e o governo egípcio.
Palestino entra em túnel na fronteira do Egito com Gaza
Tensão sobre contrabando por túneis aumentou nos últimos dias
Israel afirma que o Egito não está fazendo o suficiente para impedir o contrabando pelos túneis.
A tensão entre Egito e Israel por causa das denúncias de contrabando aumentou nos últimos dias.
A ministra das Relações Exteriores de Israel, Tzipi Livni, disse que os egípcios estão fazendo um "trabalho terrível" no patrulhamento da fronteira com Gaza.
O governo egípcio reagiu e acusou Livni de falar de assuntos sobre os quais ela não sabe.
Antes da chegada de Barak ao país, o Egito anunciou ter descoberto mais dois túneis utilizados para contrabando.