Vida de agente secreta revelada
2008/04/01 | Portugal Diário
Pearl Cornioley morreu a 24 de Fevereiro e ajudou a liderar a resistência aos nazis
Os segredos de uma espia que se disfarçou de vendedora de cosméticos durante a II Guerra Mundial e ajudou a liderar a resistência aos nazis numa França ocupada foram agora revelados, noticia a agência Lusa.
Pearl Cornioley morreu a 24 de Fevereiro, pelo que os arquivos nacionais britânicos divulgaram agora a sua história, dando a conhecer como ajudou militares a escaparem em segurança e como lutou, mais tarde, para obter o reconhecimento governamental pelos seus actos.
Cornioley foi educada em Paris mas fugiu do país devido à invasão pelas tropas nazis, tendo regressado ao Reino Unido, de onde era oriunda, através de Espanha.
A sua fluência em francês, uma capacidade inata para lidar com armas, uma excelente memória e a boa capacidade de relacionamento social fizeram dela umas das 40 mulheres que trabalharam como agentes secretas ao serviço de Londres.
Tendo assumido a chefia de uma das células da resistência francesa quando o anterior responsável foi capturado, Pearl Cornioley interrompeu a circulação da linha férrea entre Paris e Bordéus mais de 800 vezes e liderou um total de três mil resistentes franceses em missões de guerrilha.
As suas capacidades tornaram-na tão crucial que os nazis ofereceram um milhão de francos pela sua captura, esperando esmagar o seu protagonismo na resistência francesa.
Na vida privada, Pearl apaixonou-se por Henri Cornioley, um prisioneiro de guerra francês com o qual viria a casar em Londres após a guerra, tendo escolhido França para viver. Henri Cornioley morreu em 1999.
A rainha Isabel II fez Pearl Cornioley Comendadora da Ordem do império Britânico durante a sua visita a Paris em 2004. A ex-espia também recebeu a Legião de Honra de França.