Paquistão não aceita ação dos EUA no país, diz porta-voz
Soldados paquistaneses patrulham a fronteira com o Afeganistão
Fronteira entre Paquistão e Afeganistão é reduto de militantes
Um representante do governo do Paquistão disse à BBC neste domingo que Islamabad não irá permitir que forças dos Estados Unidos procurem membros da Al-Qaeda e simpatizantes do Talebã no país asiático.
A possibilidade foi levantada em um artigo publicado no jornal americano The New York Times, que diz que, em uma recente reunião, as mais importantes autoridades americanas discutiram ampliar suas operações militares e de inteligência nas regiões tribais da fronteira entre Paquistão e Afeganistão.
Segundo o jornal, na reunião – da qual participaram o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, o vice-presidente Dick Cheney, e a Secretária de Estado, Condoleezza Rice – foi colocado o argumento de que o risco de ativistas islâmicos oferecem ao governo paquistanês é tão sério que o presidente Pervez Musharraf deveria considerar a possibilidade de dar mais liberdade de ação às forças americanas.
“O governo americano sabe e nós dissemos publicamente muitas vezes que não permitiremos que nenhum país do mundo realize tais operações em território paquistanês”, disse o porta-voz do Ministério do Exterior do Paquistão Muhammad Sadiq.
“Qualquer que seja a ação necessária para continuar a luta contra os militantes (islâmicos) no Paquistão, ela será realizada por nossas forças. Nós temos a capacidade e a determinação para tomar qualquer medida.”
Bhutto
O The New York Times disse que a reunião da qual participou Bush fez parte de uma avaliação da estratégia adotada por Washington no Paquistão à luz da morte da ex-primeira-ministra paquistanesa, Benazir Bhutto.
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Segundo o analista da BBC Sanjay Dasgupta, as regiões tribais paquistanesas na fronteira com o Afeganistão têm sido palco de um número crescente de episódios de violência nos últimos seis meses, o que tem levado a freqüentes confrontos entre militantes e tropas do Paquistão.
Os Estados Unidos têm se mantido distantes da região, embora acreditem que a ela possa estar abrigando membros importantes da rede extremista Al-Qaeda.