Resultado nas primárias no Michigan baralha contas dos Republicanos
A vitória de Mitt Romney nas eleições primárias de terça-feira no Michigan deixa a corrida presidencial no Partido Republicano na incerteza total e poderá abrir as portas ao 'esquecido' Rudy Giuliani
A vitória de Romney salvou a sua candidatura, que se encontrava à beira do colapso na sequência de inesperadas derrotas em Iowa e Nova Hampshire, mas constitui um indicativo claro que dentro do Partido Republicano não há um ou mesmo dois líderes que se possam destacar.
O Partido Republicano encontra-se obviamente à deriva sem um entusiasmo visível por qualquer dos seus candidatos presidenciais e demonstrando incerteza em como e com quem fazer face aos democratas, comentam os analistas.
Mike Huckabee venceu no Iowa e John McCain venceu em Nova Hampshire. Romney tinha também já averbado uma vitoria no estado de Wyoming mas isso não é levado em consideração pelos analistas e pelas próprias campanhas dos candidatos, porque mais nenhum dos Republicanos fez ali campanha.
Alguns analistas consideram que estes resultados favorecem a estratégia do antigo presidente da Câmara de Nova Iorque, Rudy Giuliani, que deliberadamente escolheu ignorar na prática os estados ate agora disputados para concentrar os seus recursos nos estados que mais delegados enviam à convenção nacional do partido onde o candidato republicano é oficialmente nomeado.
Giuliani tem estado já a fazer campanha no estado da Florida, onde estão em jogo 58 delegados à convenção republicana.
O ex-presidente da Câmara de Nova Iorque espera que uma vitoria na Florida o catapulte para vitórias a 5 de Fevereiro quando estiverem jogo um total de 1.081 delegados em 20 estados, incluindo aqueles com maior representação, nomeadamente Califórnia, Nova Iorque, Geórgia e Illinois.
É uma estratégia de alto risco pois Giuliani tem vindo gradualmente a desaparecer do 'radar' das primárias e nos próximos dias o seu nome vai continuar a estar ausente do topo dos resultados.
Os republicanos votam já no sábado no Nevada e Carolina do Sul, estados que poderão constituir um indício de quem é o candidate mais favorecido pelo eleitorado republicano.
Mas Giuliani é um candidato que não tem o apoio dos sectores conservadores e religiosos do partido, sendo visto por muitos como um possível factor de mais divisões dentro do eleitorado republicano.
Lusa / SOL