Assunto: Escuteiros dizem que não são da «parvónia» Sáb Fev 02, 2008 6:45 am
Escuteiros dizem que não são da «parvónia»
O Corpo Nacional de Escuteiros está indignado com a nova campanha publicitária da MediaMarkt. Segundo a agência Lusa, poderão avançar mesmo para um processo judicial, mas neste momento uma petição on-line já garantiu quase seis mil assinaturas.
O chefe do Corpo Nacional de Escutas, Carlos Alberto Pereira, enviou um ofício à empresa classificando a campanha de «clara, objectiva e intolerantemente ofensiva para os 80 mil escuteiros portugueses e suas famílias», pedindo «a suspensão imediata da referida campanha publicitária e a cessação da menção aos escuteiros».
A Media Markt começa por lamentar a «errada interpretação que foi dada por alguns», e explica que a campanha baseia-se no slogan «usado a nível internacional 'Eu é que não sou parvo', adaptado à língua materna de cada país». A publicidade em questão teve «como ideia central a criação de uma nação fictícia - a Parvónia - onde vivem os seus originários cidadãos: Os Parvos», explicou ainda a empresa em comunicado enviado à Lusa.
A Media Markt acrescenta que «todo o tom da campanha é humorado e bem-disposto, não querendo nunca ofender, retratar de forma agressiva ou ferir a susceptibilidade de qualquer grupo ou entidade social". A empresa defende ainda que nunca teve a intenção de "retratar classes políticas ou sociais nem (...) denegrir a imagem de grupos sociais tão importantes e fundamentais para a sociedade como o são todas as corporações de escuteiros, que para muitos jovens portugueses foram e são uma grande escola de vida».
O personagem do escuteiro é acompanhado na campanha por três «cidadãos da Parvónia» de visita a Portugal: o presidente, um general e a miss do país imaginário. Entretanto surgiu na Internet uma petição que exige «a retirada do anúncio e um pedido de desculpas», explicou à Lusa Nuno Castela Canilho, dirigente do Agrupamento de Escuteiros 1037 da Mealhada e primeiro signatário da petição. Ao final da tarde desta sexta-feira, a petição já tinha 5700 assinaturas.