Fluviário de Mora entre as sete obras nacionais

Mora, Évora, 04 Fev (Lusa) - O Fluviário de Mora (Évora) é um dos sete trabalhos de arquitectura nacionais candidatos ao prémio "Melhor Obra" da edição deste ano, em Lisboa, da Bienal Ibero-Americana de Arquitectura e Urbanismo (BIAU), no final de Abril.

A BIAU, promovida desde 1998 pelo Ministério espanhol da Habitação, é o mais importante fórum dos arquitectos ibero-americanos, procurando a formação e reflexão comuns, a integração de políticas culturais e a difusão das melhores experiências profissionais.

A edição deste ano decorre em Lisboa, entre 28 de Abril e 02 de Maio, na Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica, com o apoio do Ministério do Ambiente, do Ordenamento do Território e Desenvolvimento Regional, da Câmara Municipal de Lisboa e da ordem dos Arquitectos.

Segundo referiu hoje o Fluviário de Mora, Portugal conta com a maior representação de sempre de obras nacionais, depois da selecção do júri internacional em Novembro último, em Madrid.

De um total de 207 candidaturas, incluindo 20 portuguesas, para os prémios de "Melhor Obra de Arquitectura", de "Espaço Público" e de "Jovem Autor", foram seleccionadas 35 obras, de entre as quais nove portuguesas.

Para o galardão de "Melhor Obra", Portugal apresenta sete projectos candidatos, um dos quais o Fluviário de Mora, obra conjunta da Teixeira Duarte e da Promontório Arquitectos.

Inaugurado em Março do ano passado, o Fluviário, que custou seis milhões de euros e já recebeu 190 mil visitantes, mostra 70 espécies de peixes, algumas quase extintas, e recria, através de aquários, o percurso de um rio português, da nascente até à foz.

Em declarações à agência Lusa, Pedro Appleton, da Promontório, mostrou-se hoje satisfeito por o edifício poder vir a ser escolhido para o galardão da BIAU, depois de, no ano passado, ter sido candidato ao prémio Mies van der Rohe, o mais importante da arquitectura europeia.

"Ficamos contentes. Pusemos o nosso melhor neste projecto e é um bom exemplo do que as autarquias podem fazer pelas suas regiões. A inovação de criar um pólo museológico a partir de uma temática local colocou Mora no mapa e criou alternativas de desenvolvimento ao concelho", disse.

O arquitecto salientou ainda que o projecto para o Fluviário se integra "tão bem em Mora como se estivesse em Évora, Lisboa ou outra parte do mundo".

"O projecto foi concebido como se estivéssemos a tratar de um edifício contemporâneo para qualquer centro europeu", vincou, contrapondo, contudo, que a obra não se traduz num "objecto estranho" à paisagem local, mas sim "culturalmente válido", evocando um "monte no meio dos sobreiros".

Portugal também candidata ao prémio máximo da BIAU a Unidade Industrial Inapal Metal, em Palmela, o Teatro Municipal da Guarda, a Casa de Quelfes, no Algarve, um Jardim-de-Infância em Loures, o Mercado Público da Comenda e a Casa de Azeitão.

A obra do Fluviário de Mora incluiu ainda empresas como a Consestudi, firma americana especializada em museus vivos, a Turmar, responsável pela captura e entrega dos peixes, e a Y-Dreams, autora da concepção multimédia, envolvendo também nomes como Pedro Salgado, considerado o melhor ilustrador científico do mundo, e Henrique Cayatte, que produziu o logótipo e a sinalética do edifício.

RRL.

Lusa/Fim

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Fluviário de Mora