Polícia Judiciária foi decisiva na detenção de rede de pedofilia
A polícia italiana deteve ontem 16 pessoas em Veneza ligadas a uma rede de pedofilia que actuava em Itália e na Turquia. A Polícia Judiciária portuguesa teve um contributo decisivo no desmantelamento da rede, ao conseguir infiltrar-se num site onde identificou não só quem o geria como as pessoas que viam a pornografia com crianças de dois e três anos.
A Polícia Judiciária colaborava nas investigações há nove meses e conseguiu decifrar a palavra passe do sítio de internet, que correspondia a uma música do grupo musical britânico Queen. O site estava sedeado na Turquia, mas tinha o servidor nos Estados Unidos da América e era gerido a partir de Itália. Como o Ministério Público italiano contou ao DN, na voz de Massimo Michellezzi, "a PJ portuguesa foi decisiva na resolução do caso, já que ao actuar sob cobertura forneceu informações úteis e definitivas que conduziram à identificação dos italianos agora detidos".
Contactada pelo DN, fonte da Polícia Judiciária referiu apenas que "a PJ forneceu, como sempre acontece, à sua congénere, as informações por ela requeridas". Estas afirmações confirmam, pois, que a polícia portuguesa ajudou as autoridades que conduziram oficialmente as investigações, no caso as italianas. A polícia italiana fez buscas domiciliárias após a identificação dos membros da rede, de onde resultou a recolha de vários vídeos e fotografias de teor pornográfico. Num dos filmes, uma criança de dois anos é filmada a ser abusada sexualmente durante dez minutos, sem que no entanto se saiba qual a nacionalidade da vítima ou onde ocorreu o crime.
As autoridades italianas anunciaram que entre os detidos se encontra um médico e um oficial da guarda costeira, ambos italianos. Faziam igualmente parte desta rede de pedofilia um arquitecto e um comerciante, também eles naturais de Itália, naquelas que são até agora as únicas identidades reveladas.
A investigação foi coordenada pelo novo centro italiano de combate à pedofilia na internet e foi liderada por Sabrina Castelluzzo.
DN