Chanceler alemã pressiona Liechetenstein
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A chanceler alemã Angela Merkel pressiona o Liechtenstein a promover a transparência do sistema bancário, de modo a combater a gigantesca fraude fiscal que choca a Alemanha.
Otmar Hasler, chefe de governo de Liechtenstein, está em Berlim, onde admitiu que o seu país sofre cada vez mais pressão internacional. Hasler não vê, no entanto, as boas relações bilaterais entre a Alemanha e Liechtenstein ameaçadas pelas actividades criminosas de alguns indivíduos. A chanceler lembra que não fica nada satisfeita com o facto dos bancos do Liechtenstein atrairem clientes alemães (...)
Hasler confirma que não podem pedir mais do que o respeito das leis europeias, no seu país, mas ainda estão a atingir esse nível (...) Merkel não se dá por vencida, e reafirma que se tem de agir rapidamente.
As autoridades alemãs, através dos serviços secretos (BND), pagaram cinco milhões de euros por listas e dados bancários procedentes do Liechtenstein que demonstram fraudes fiscais sistemáticas praticadas por centenas de executivos importantes e destacados milionários durante os últimos anos. Os dados foram fornecidos por um informador anónimo que negociou directamente com os serviços secretos.
Os cinco milhões de euros foram depositados uma conta notarial depois de comprovado o valor do material em causa, que compromete também as autoridades do Principado, pois existem documentos que ordenam a ocultação de fluxos ilegais de dinheiro procedentes da Alemanha.
O escândalo eclodiu na passada sexta-feira, com a demissão do ex-presidente da empresa de correios Deutsche Post, Klaus Zumwinkel, suspeito de defraudar o fisco num milhão de euros.