Chávez ameaça parar de enviar petróleo aos EUA
Claudia Jardim De Caracas para a BBC Brasil
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Chávez diz que EUA movem guerra econômica contra a Venezuela |
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, ameaçou neste domingo cortar o abastecimento de petróleo aos Estados Unidos se este
país continuar com o que qualificou de "guerra econômica" contra a Venezuela. Chávez
se referiu ao fato de a petrolífera americana Exxon-Mobil exigir em
tribunais internacionais o pagamento de uma compensação após sua saída
de um consórcio venezuelano de exploração de petróleo na Faixa do
Orinoco (uma região da Venezuela que pode abrigar a maior reserva
petrolífera do mundo).
A
Exxon-Mobil não aceitou as regras dos novos contratos de exploração de
petróleo estabelecidos após a nacionalização, que prevêem que a PDVSA
(estatal do petróleo venezuelana) fique com a maioria acionária dos
projetos de exploração.
A
disputa teve início nesta sexta-feira, quando a Exxon-Mobil anunciou
ter obtido um parecer favorável de tribunais de Grã-Bretanha, Holanda e
Antilhas para o congelamento de US$ 12 bilhões em ativos da PDVSA
nesses países.
O governo venezuelano acusa a petrolífera americana de "terrorismo judicial" e nega o congelamento de seus ativos.
Leia também na BBC Brasil: Venezuela nega ter US$ 12 bi em ativos congelados "Se vocês nos congelam, se chegam de verdade a congelar (os ativos da PDVSA), se nos fazem mal, nós também vamos lhes fazer
mal. Sabem como? Não enviaremos uma só gota de petróleo aos Estados Unidos", disse Chávez.
Revolução O presidente venezuelano afirma que a disputa entre as petroleiras estaria vinculada com o interesse dos Estados Unidos em
debilitar seu projeto de revolução.
"Não se afundará a PDVSA, não se afundará a Venezuela, não se afundará esta revolução", disse Chávez, no sábado.
Quatro grandes companhias que operavam no Orinoco antes da nacionalização - a americana Chevron, a britânica British Petroleum,
a francesa Total e a norueguesa Statoil - aceitaram as regras dos novos contratos.
A Venezuela é o quarto maior fornecedor de petróleo cru ao mercado dos EUA.
O presidente venezuelano disse que se a "guerra econômica" contra a Venezuela continuar, o preço do petróleo poderia chegar
a US$ 200.