Agricultores alentejanos preocupados com pastagens, cereais e olival
A falta de chuva e as altas temperaturas para a época estão a afectar as pastagens para os animais e as culturas de Outono/Inverno no Alentejo, como cereais e olival, deixando os agricultores preocupados há já quatro meses.
"Esta situação preocupa-nos há quatro meses. A falta de água está a prejudicar as culturas de cereais, a olivicultura e o desenvolvimento das pastagens naturais", disse ontem à agência Lusa o presidente da Associação de Agricultores do Distrito de Portalegre (AADP), Fragoso de Almeida.
O responsável disse que, "por enquanto, não há casos dramáticos", mas advertiu que os agricultores vão ter de "adquirir forragens e rações a preços bastante elevados".
Os agricultores da região começam já a fazer contas à vida, como é o caso de António Carvalho, proprietário de uma herdade com 300 hectares na freguesia de Alegrete (Portalegre).
"Comprar rações ou palha é quase impossível, devido ao custo elevado desses produtos. É só perder dinheiro", desabafou o agricultor.
Para António Carvalho, que possui cerca de 900 ovelhas de leite e um efectivo de 70 bovinos, o Verão que se avizinha apresenta-se como um dos principais dramas.
"O que nos preocupa é o Verão. Não há reservas de água nas nossas barragens e, se não chover bastante nos meses de Março e Abril, estamos perante um grave problema quando chegar o tempo quente", observou.
António Carvalho lamentou que a falta de chuva, até meados de Fevereiro, esteja a prejudicar o desenvolvimento das pastagens naturais.
"Agora, deveríamos de estar a atravessar o período de vacas gordas, mas as ervas não crescem porque não existe humidade suficiente nas nossas terras", desabafou.
agroportal.pt