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 Zimbabwe - A arte do 'desenrasca' invade as ruas de Harare

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Xô Esquerda

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MensagemAssunto: Zimbabwe - A arte do 'desenrasca' invade as ruas de Harare   Zimbabwe - A arte do 'desenrasca' invade as ruas de Harare EmptySeg Fev 18, 2008 8:22 am

A arte do 'desenrasca' invade as ruas de Harare



O carpinteiro Nyamotowa só faz orçamentos para o próprio dia.

Quando faz um orçamento, Victor Nyamotowa, um carpinteiro zimbabwiano de 37 anos, faz questão de esclarecer: "Esta estimativa tem uma validade de zero dias." "Se eu fixar um preço a um cliente e lhe permitir voltar na data que mais lhe convém, o dinheiro que ele me vai pagar nem dá para cobrir o custo dos materiais", explica Nyamotowa. "Se for conciliador, eu é que vou sair a perder."

O carpinteiro, com loja aberta no sul de Harare, recusa também fazer crédito, uma vez que no Zimbabwe, onde a hiperinflação não pára de bater recordes, o dinheiro perde todo o valor de um dia para o outro.

Na quinta-feira, o Banco Central anunciou um novo número espantoso: num ano, os preços subiram mais de 66 mil por cento. A ruína da economia, que se caracteriza por um desemprego de 80%, está no centro da campanha para as eleições presidenciais e legislativas de 29 de Março.

Se o Presidente Robert Mugabe, que faz 84 anos esta semana, obtiver um sexto mandato, os analistas consideram que a inflação - qualificada como "sida económica" pelo governador do Banco Central - continuará a sua corrida desenfreada.

E mesmo que o líder do principal partido da oposição, Morgan Tsvangirai, ou o antigo ministro dissidente Simba Makoni consigam tirá-lo do poder, é pouco provável que esta espiral pare repentinamente.

Entretanto, os zimbabwianos vivem de expedientes e desenvolvem tesouros de imaginação para sobreviver. Alguns saltam refeições, escavam poços nos jardins, trocam o carro pela bicicleta ou passam a andar a pé. "A maioria de nós adaptou-se ao baixar o nível de vida porque não nos podemos dar ao luxo de acompanhar os preços", explica Gibson Maina, empregado numa loja em Harare.

"Temos de sobreviver com um pequeno-almoço de chá preto, pão seco e manteiga de amendoim quando há. Já nem me lembro quando comi manteiga pela última vez, nem bacon, ovos ou chá com leite fresco."

Para ajudar os funcionários, algumas empresas pagam parte dos salários em géneros, outras dão aumentos. "Na altura, sorrimos, mas no fim do mês pedimos mais", diz Maina.

Para Wellington Chibebe, secretário-geral do Congresso dos Sindicatos do Zimbabwe (ZCTU, próximo de Tsvangirai), muitos assalariados só vão trabalhar por sentido do dever. "Há pessoas que ganham 150 milhões de dólares [zimbabwianos] e têm despesas com transportes de 270 milhões por mês", disse. "A maioria passa horas de trabalho a fazer negócio. Por exemplo, há professores que se tornam comerciantes ou abrem as suas próprias escolas."

Três milhões de zimbabwianos já deixaram o país desde o início da crise, em 2000. Esta é atribuída pelo Ocidente à expropriação dos proprietários brancos que desorganizou o sector agrícola, pilar da economia. O Governo de Mugabe culpa, por sua vez, as sanções impostas pelo Ocidente aos membros do regime.

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MensagemAssunto: Re: Zimbabwe - A arte do 'desenrasca' invade as ruas de Harare   Zimbabwe - A arte do 'desenrasca' invade as ruas de Harare EmptySeg Fev 18, 2008 10:19 am

muito parecido COM O QU SE PASSOU NO BRASIL. a COISA ERA DIVERTIDA!!! E ganhei muito dinheiro nessa EPOCA!!
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