Venezuela/Crise: Caracas garante segurança aos colombianos e acusa EUA de estar por trás do petróleo
O ministro venezuelano do Interior e Justiça, Ramón Rodríguez Chacín, transmitiu, terça-feira, uma mensagem de “segurança e tranquilidade” aos milhares de venezuelanos radicados no país, argumentando que os seus direitos estão garantidos e “não haverá caça às bruxas”.
“O governo venezuelano garante-lhe, aos colombianos, segurança e tranquilidade”, disse Rodriguez Chacín durante uma intervenção na Assembleia Nacional (parlamento), numa sessão ordinária em que abordou aspectos com a “violação da soberania do Equador” por parte da Colômbia.
Segundo aquele responsável, as autoridades venezuelanas consideram os colombianos como “parte consubstancial de nós (Venezuela)”
“Mando-lhes uma mensagem de solidariedade, de apoio, que não temam, porque em nenhum momento existirá uma caça às bruxas contra os nossos irmãos colombianos”, disse.
A mensagem do ministro Ramón Rodríguez Chacín tem lugar numa altura em que vários cidadãos da Colômbia, que aguardam a obtenção da cidadania venezuelana, manifestaram, à Agência Lusa, estar a circular rumores de que a Guarda Nacional (polícia militar) estaria a deter colombianos no bairro Chapellín, em Caracas, e a proceder à sua deportação.
Temendo “complicações” por opinar sobre o conflito colombo-venezuelano, algumas pessoas sublinharam que entre os deportados estariam também cidadãos que transitam a sua residência e outros que chegaram a Caracas à procura de trabalho e melhores condições de vida, nalguns casos sem documentados.
Segundo fontes não oficiais, existem na Venezuela pelo menos quatro milhões de colombianos com dupla cidadania (são também venezuelanos) e pelo menos um milhão de cidadãos que possui apenas a nacionalidade colombiana.
“A crise diplomática, comercial e política que temos com a Colômbia tem a sua origem no petróleo e é promovida pelos Estados Unidos”, disse o ministro Ramón Rodríguez Chacín.
“Os EUA são capazes de qualquer coisa” para controlar as reservas petrolíferas da Venezuela, acrescentou o ministro que exemplificou com a invasão ao Iraque.
“Eles consideram que o petróleo venezuelano lhes pertence”, disse Chacín que acusou a imprensa colombiana e venezuelana de estar ao serviço dos interesses norte-americanos.
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, ordenou, domingo, o encerramento da Embaixada venezuelana em Bogotá, Colômbia, e enviou dez batalhões de tropas para a zona de fronteira, depois de militares colombianos terem morto Raul Reyes, o número dois das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), durante uma operação no Equador.
Hugo Chávez descreveu a operação como uma violação da soberania de um país vizinho e advertiu o seu homólogo colombiano, Álvaro Uribe, que uma eventual incursão militar em território venezuelano, em busca de guerrilheiros das FARC, seria “motivo de guerra”.