Após retirada, Israel promete novas operações em Gaza
Guila Flint De Tel Aviv para a BBC Brasil
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Tropas israelenses deixaram a Faixa de Gaza na segunda-feira |
O governo israelense afirmou que as operações militares contra o lançamento de foguetes palestinos vão continuar, apesar da
retirada, nesta segunda-feira, das tropas que invadiram o norte da Faixa de Gaza na última sexta feira. O primeiro-ministro, Ehud Olmert, advertiu que, apesar da retirada, a operação não acabou.
A retirada foi celebrada como "vitória" pelo grupo militante palestino Hamas, que convocou uma passeata na Cidade de Gaza.
Mas Olmert alertou: "O que ocorreu nos últimos dias não foi um evento único."
Ele disse ao Comitê de Assuntos Estrangeiros e Defesa no Parlamento que Israel estaria "em meio a uma ação de combate".
"O objetivo é reduzir o lançamento de foguetes e enfraquecer o Hamas. Tudo é possível... bombardeios aéreos, ataques terrestres
e operações especiais estão sendo discutidas", disse Olmert.
A onda de violência dos últimos dias deixou 116 palestinos mortos, entre eles, pelo menos 40 civis. Do lado israelense, dois
soldados e um civil morreram.
Inverno Quente As
tropas israelenses encerraram a operação chamada “Inverno Quente” na
madrugada de segunda e se retiraram do campo de refugiados de Jebalia e
do bairro de Sajaya, no norte da Faixa de Gaza.
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Ataque israelense provocou destruição em Gaza |
De acordo com o Exército israelense o objetivo da operação foi impedir o lançamento de foguetes de militantes palestinos contra
o sul de Israel.
Desde a última quarta feira militantes palestinos, principalmente do Hamas, lançaram mais de 150 foguetes que atingiram as
cidades de Sderot e Ashkelon e outros vilarejos nos arredores.
A cidade de Ashkelon, que fica a 17 quilômetros da Faixa de Gaza, foi atingida por um novo tipo de foguetes, o Grad, de maior
alcance e maior poder de destruição.
A
inclusão de 120 mil habitantes de Ashkelon no alcance dos foguetes
despertou um clima de pânico na população do sul do país e uma grande
preocupação entre as autoridades israelenses, que não conseguiram por
um fim ao lançamento de foguetes contra a cidade de Sderot, que tem
apenas 20 mil habitantes e vem sendo alvo de mísseis menos menos
potentes há sete anos.
As tropas que entraram na Faixa de Gaza, acompanhadas pela Força Aérea e por tanques, destruíram o gabinete do líder do Hamas
Ismail Haniya e bombardearam delegacias das forças de segurança do Hamas.
Feridos De acordo com autoridades médicas na Faixa de Gaza, pelo menos um terço dos mortos nos últimos dias eram civis, entre eles
mulheres e crianças.
Segundo os hospitais de Gaza, 350 pessoas ficaram feridas e muitas delas se encontram em estado grave. Dez dos feridos graves
morreram dois dias depois dos combates.
Em Israel, um foguete atingiu, na quarta feira, a Faculdade Sapir em Sderot, matando um estudante.
Os foguetes causaram sérios danos materiais, atingiram áreas residenciais e dezenas de pessoas entraram em estado de choque.
Pelo menos 20 pessoas ficaram levemente feridas.
Nesta segunda-feira, depois da saída das tropas israelenses de Gaza, militantes palestinos continuaram lançando foguetes contra
o sul de Israel.
Um deles atingiu um prédio residencial em Ashkelon.
O
Hamas chamou a população de Gaza a participar em uma “passeata de
vitória” e afirmou que as tropas israelenses “foram derrotadas e fugiram