Chávez ameaça nacionalizar as empresas colombianas na Venezuela
O Presidente da Venezuela, Hugo Chávez, aproveitou a visita do seu homólogo equatoriano, Rafael Correa, para deixar uma ameaça contra Bogotá. "
Na Venezuela não estamos intressados em empresas colombianas", disse o mandatário, "
poderíamos nacionalizar algumas", acrescentou.
Numa conferência de imprensa conjunta, Chávez assinalou que o seu governo "
terá que vender" as empresas que tem na Colômbia, e anteviu uma queda importante no comércio bilateral, que no ano passado roçou os 4000 milhões de euros. "
Isto vai descer", disse o mandatário.
Por seu lado, o Presidente do Equador, Rafael Correa, assinalou que o seu país "
não ficará tranquilo" até que a Colômbia não receba uma condenação "
contundente, sem questionamentos nem meias medidas" por parte da comunidade internacional.
Correa, que iniciou um périplo pela América do Sul em busca de apoio, disse sentir-se satisfeito pela resolução da Organização de Estados Americanos (OEA) que estabelece que a Colômbia "
violou a soberania e a integridade territorial" do Equador com o seu envio de militares para a fronteira, no sábado passado. O Presidente reconheceu que essa decisão foi um "
passo importante" para o desenlace pacífico da tensão diplomática, mas advertiu igualmente que o confronto ainda não terminou e que "
o Equador saberá responder ao agressor o ultraje" de que foi vítima, se não se conseguir uma condenação internacional.
Rafael Correa disse ainda que, após a ruptura das relações entre ambos os países, o Equador vai endurecer o controlo das fronteiras, considerando "
um acto de guerra" atitudes como as fumigações antidroga realizados por aviões colombianos.
O Presidente equatoriano aterrou há apenas algumas horas em Caracas - após uma visita ao Peru e ao Brasil - para se reunir com Chávez, a fim de receber apoios regionais para aquilo que considerou uma "
agressão" da Colômbia: a incursão, no sábado passado, do seu Exército em território equatoriano para atacar uma base dos rebeldes das FARC. No ataque morreu o líder guerrilheiro Raúl Reyes e uma vintena de companheiros de armas.
Amanhã, Correa parte para o Panamá e para a Nicarágua com os mesmos propósitos. Posteriormente, viajará até à República Dominicana, a fim de representar o país na Cimeira do Grupo do Rio, onde estará igualmente o Presidente colombiano, Álvaro Uribe.
Publico