Washington condena violência e crimes das forças de segurança
Washington, 11 Mar (Lusa) - A violência das forças de segurança do Brasil, tanto nas cidades como nas prisões, é um dos maiores problemas dos direitos humanos nesse país, sustenta o relatório anual divulgado hoje pelo Departamento de Estado norte-americano.
As autoridades norte-americanas destacam "
mortes ilegais, força excessiva, espancamentos, abusos e torturas de detidos e reclusos por parte de polícias e forças de segurança de prisões".
"
O Governo ou os seus agentes não cometeram assassínios motivados politicamente mas as mortes ilegais por parte de polícias estatais (militares e civis) foram generalizadas", salienta o documento.
O relatório acrescenta: "
Em muitos casos os agentes da polícia empregaram força letal de forma indiscriminada no decurso de apreensões e mataram civis apesar da ausência de perigo para eles. Nalguns casos, as mortes de civis foram precedidas de grave perseguição ou tortura por parte de agentes".
Também destaca que muitos assassínios foram perpetrados por esquadrões da morte ligados às forças de segurança, "
nalguns casos com a participação policial".
O relatório sublinha que nos seis primeiros meses de 2007 a polícia matou no Rio de Janeiro 694 pessoas durante confrontos, "
33,5 por cento de aumento em relação ao ano anterior", segundo dados oficiais.
Mas outras fontes aumentam para 1.260 o número de mortos, a maior cifra desde 1993, e acima das 1.063 oficialmente mortas pela polícia em 2006.
O relatório norte-americano aponta também o número de 1.940 pessoas desaparecidas em 2006 e a convicção do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania do Brasil de que "
muitos foram assassinados pela polícia".
"
A tortura por parte de polícias e guardas prisionais permanece um problema grave e generalizado. Polícias federais, estatais e militares com frequência gozam de impunidade em casos de tortura, assim como nos abusos".
Quanto às condições nas prisões de todo o país foram amiúde "
de pobres a extremamente duras e perigosas".
O documento do Departamento de Estado também dá atenção à violência doméstica, com 39.416 casos registrados em todo o país, em 2006, mas o texto reconhece que este número é só uma parcela dos números reais.
No capítulo da infância, "
milhões de crianças sofreram a pobreza que afligiu as suas famílias, trabalharam para sobreviver e não puderam receber educação".
Também o abuso infantil "foi um grande problema" durante 2007.
"
A prostituição infantil foi um problema. A extrema pobreza foi o principal contribuinte" para essa situação, segundo o relatório norte-americano que cita dados da UNICEF, segundo os quais em 927 dos 5.561 municípios do país existe prostituição organizada infantil.
TM.
Lusa/Fim
-------------------------------------------------------------------------------------
Não foi o presidente desse País que admitiu o recurso á tortura