Marcelo Caetano tentou matar Presidente José Ramos-Horta Departamento de Estado dos EUA denuncia violações de direitos humanos no território
O Presidente Ramos-Horta conhecia bem o militar rebelde que disparou sobre ele no ataque de 11 de Fevereiro, segundo o diário
The Australian na sua edição de ontem.
Ramos-Horta, que permanece hospitalizado em Darwin, afirmou que o
atirador se chama Marcelo Caetano e que fazia parte do grupo do
ex-major Alfredo Reinado, assegurou ao diário australiano Arsénio
Ramos-Horta, irmão do Presidente. "José reconheceu-o, ele não disse
nada quando disparou. O meu irmão foi atingido estava ele a 18 a 20
metros de Marcelo", declarou Arsénio. A ironia da situação é que
Ramos-Horta, ferido com gravidade no tronco, seguiu o tratamento de
Marcelo Caetano quando este, há de dois anos, foi também ferido por
disparos no tronco.
"O Presidente conhecia-o bem. Marcelo foi atingido por uma bala há dois
anos na localidade de Tasi Tolu, a oeste de Díli", segundo a descrição
do irmão de Ramos-Horta. Quando "foi preciso operá-lo, o meu irmão fez
com que ele tivesse os melhores médicos de Díli". Ainda segundo
Arsénio, Caetano permaneceu duas semanas em convalescença na casa do
irmão.
Num desenvolvimento separado, o relatório do Departamento de Estado dos
EUA sobre os Direitos Humanos para 2007 registou múltiplos abusos
cometidos pelas forças de segurança de Timor-Leste."Durante o ano, as
forças de segurança e outros protagonistas cometeram nove assassínios,
um decréscimo de 29 em 2006. Muitas das execuções foram politicamente
motivadas", lê-se no documento.
"Houve ocasiões em que elementos das forças de segurança actuaram fora
da autoridade do Governo", lê-se no documento, embora afirmando que o
poder civil exerceram "geralmente" controlo efectivo sobre as Forças de
Defesa e da Polícia Nacional. O relatório destaca "execuções
extrajudiciais de motivação política", "uso excessivo da força e abuso
da autoridade pela polícia". O relatório refere ainda que "as condições
nos campos para deslocados colocaram em risco a saúde, segurança,
educação e os direitos de mulheres e crianças". - AFP/LUSA