Vitor mango
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| Assunto: Médio Oriente em capítulos ... segue-se o início Sáb Out 13, 2007 4:13 pm | |
| Primeira Edição: ...... Fonte: Problemas - Revista Mensal de Cultura Política nº 14 - Outubro de 1948 . Transcrição e HTML: Fernando A. S. Araújo, Julho 2007. Direitos de Reprodução: A cópia ou distribuição deste documento é livre e indefinidamente garantida nos termos da GNU Free Documentation License.A Palestina é um país agrário. É fraco seu desenvolvimento industrial. Aproximadamente 67% de sua população (1.912.000 habitantes, dos quais 1.143.000 Árabes e 600.000 Judeus)(1) ocupam-se na agricultura. Entretanto, a superfície de suas terras de cultura é muito restrita, não ultrapassando 8.000 quilômetros quadrados numa extensão total de 26.000 quilômetros quadrados. A densidade média da população é de 73 habitantes por quilômetros quadrado. A quem pertencem as terras? Perto de 45% dessas terras estão concentradas nas mãos dos senhores feudais árabes, mais de 20% pertencem aos fundos de colonização judaicos, que os cedem em arrendamento a longo prazo aos colonos individuais e às cooperativas agrícolas judaicas(2); uma outra parte é controlada pelas grandes sociedades judaicas e pela comunidade religiosa muçulmana dos Vecufs. Assim, os camponeses árabes, em sua grande massa, só dispõem de pequenos pedaços de terra, que obtêm, por arrendamento, dos grandes proprietários árabes os quais lhes impõem uma espécie de servidão. Quanto aos camponeses sem terra, esses são também explorados nas plantações da burguesia judaica. No que se refere aos fundos de colonização judaica, a revista "Eretz Israel" publicou índices relativos à atividade do mais importante entre eles, o "Kerem Hassoyed", órgão financeiro da Agência Judaica(3) que, em 24 anos de existência, recolheu 13 milhões de libras esterlinas entre os Judeus da Europa e sobretudo da América, para a compra de terras na Palestina. Atualmente, dos 170.000 hectares aproximadamente, de que dispõe a população judaica na Palestina, 30% pertencem ao "Kerem Hassoyed". E contam-se por dezenas de milhares os proprietários árabes que perderam suas terras, devido à aquisição das mesmas pelas sociedades de colonização judaica, ligadas ao Banco Rothschild de Londres, assim como a outros bancos internacionais. Além disso, graças aos créditos de que dispõem, em razão dessas ligações, as plantações judaicas são munidas de equipamento técnico moderno enquanto que as pequenas explorações árabes empregam, na sua maioria, métodos primitivos de lavoura. Estas últimas cultivam principalmente cereais, que servem para o consumo interno do país; aquelas cultivam especialmente ameixa principal produto comercial do país e que é exportado para os Estados Unidos. Já vimos que é fraco o desenvolvimento industrial da Palestina. A indústria existente é sustentada por capitais ingleses, americanos, e, em pequena parte, judeus, investidos principalmente na produção de potassa, de soda e de energia elétrica, assim como na transformação do petróleo.(4) Quanto às empresas industriais médias, essas pertencem, em grande parte, à burguesia judaica imigrada. Graças à imigração dos operários judeus, que se produziu principalmente durante os últimos anos, a experiência dos métodos modernos de produção difundiu-se nessa indústria, ao mesmo tempo em que se ampliava o mercado interno.
A Imigração Judaica
Foi no período compreendido entre as duas guerras que se tornou mais forte a imigração judaica na Palestina. Nos vinte anos que decorreram após a obtenção do mandato sobre a Palestina, pela Inglaterra, de 1919 a 1939, 400.000 imigrantes judeus instalaram-se naquele país. Foi assim que a composição da população modificou-se da seguinte maneira no decorrer desse período: em 1919, contavam-se 65.000 judeus num total de 648.000 habitantes; em 1939, contavam-se já 446.000 judeus num total de 1.502.000 habitantes; em 1946, 600.000 em 1.800.000. Ao mesmo tempo, aumentava consideràvelmente o afluxo dos capitais. Em 20 anos, 575 milhões de dólares foram investidos na Palestina, dos quais três quarta partes a favor da burguesia judaica, sendo uma parte utilizada na compra, para os imigrantes, das terras dos "felahs", enquanto a maior parte era investida no comércio e na indústria. Como essa colonização das terras árabes pelos Judeus poderia ter deixado de agravar consideràvelmente a tensão árabe-judáica? Depois da ida de Hitler ao poder, do aguçamento da perseguição aos judeus na Alemanha e das conseqüências da crise econômica na Europa, o número dos imigrantes passou de 5.200 em 1929, 4.900 em 1930, 4.000 em 1931, 9.500 em 1932, a 33.300 em 1933, 42.300 em 1934 e 61.800 em 1936(5). Nessas condições, como poderiam os Árabes deixar de temer a possibilidade de se tornarem, um dia, minoria? Tanto mais que a Inglaterra excitava artificialmente e explorava, para seus próprios fins imperialistas, a discórdia árabe-judáica.continua | |
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