Testemunha brasileira do caso Spitzer não chegou a SP, diz PF A prostituta Andréia Schwartz foi testemunha-chave no escândalo que levou o governador de NY a renunciar
Solange Spigliatti, do estadao.com.br
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Reprodução
Acordo permitiu a extradição de Andréia
SÃO PAULO - A prostituta Andréia Schwartz, considerada uma testemunha-chave no
escândalo sexual que levou o ex-governador de Nova York Eliot Spitzer a
renunciar na quarta-feira, não chegou a São Paulo neste sábado, 15. Segundo a sua
família,
a brasileira chegaria ao País nesta manhã após o acordo de extradição
com a Promotoria dos Estados Unidos pela colaboração que permitiu o
desmantelamento da rede de prostituição com que Spitzer foi vinculado.
Veja também:Pivô da crise de Spitzer 'não quer ser considerada um monstro'Novo governador promete 'encaminhar' NYBrasileira é testemunha-chave no caso do governador de NYVeja as imagens Andréia Schwartz, presa desde 2006 nos Estados Unidos por exploração
da prostituição, lavagem de dinheiro e tráfico de drogas, fez um acordo
com o FBI para passar informações em troca de uma pena mais branda.
Familiares afirmaram que aguardam o contato da capixaba de 33 anos
ainda nesta sexta-feira. Condenada a 18 meses de prisão por explorar
prostituição, posse ilegal de drogas e lavagem de dinheiro, ela é a
testemunha-chave do caso e esclareceu como o governador financiava os
seus encontros com acompanhantes do Emperors VIP Club com uma empresa
fantasma.
Segundo o jornal
New York Post, Andréia teria relatado o
método usado por Spitzer para remunerar o clube, afirmando que ele
faria depósitos na conta de uma empresa fantasma, a QAT Consultoria,
ligada à Emperors. A Promotoria americana ainda investiga os movimentos
ilegais na conta do governador e a possibilidade dele ter usado verba
de sua campanha e até mesmo pública para financiar os encontros -
prática considerada crime, pois implica em usar esse tipo de recursos
para fins pessoais.
O jornal afirma ainda que Andréia trabalhou para a Emperors antes de
abrir a sua própria agência de encontros. Segundo o processo, ela teria
sido presa quando afirmou a um policial à paisana com gravador e
microcâmera que liderava a rede de prostituição desde 2001. Ela também
foi acusada de tentar comprar um andar inteiro do Hotel Plaza, na 5.ª
avenida, com dinheiro da máfia italiana.
Escândalo do governador Spitzer renunciou na quarta-feira após a revelação de seus vínculos
com uma rede de prostituição. Ele é investigado por promotores federais
pela tentativa de esconder a origem e o destino do pagamento de
programas com prostitutas, valor que pode chegar a US$ 80 mil. Ele
teria ainda pedido pelo deslocamento de uma das mulheres do clube,
Ashley Alexandra Dupré, conhecida como Kristen nos
jornais no mundo todo, de Nova York para Washington D.C. O transporte
de pessoas de um Estado para outro "com propósitos imorais" é
considerado crime.
(Com Talita Eredia, do estadao.com.br)