É difícil ser Espanha
correio da manhã
Unamuno dizia que a Espanha era “una en todas sus Españas”. O advento da guerra civil desmentiu-o. As eleições de domingo também.
Há uma Espanha nação, soberba na sua história e com uma cultura incomparável de génio e ardor; mas há a Espanha dos nacionalismos agravados em que se multa um comerciante catalão que colocou um cartaz na montra que dizia “se alquila”, em castelhano, em vez de ser na língua catalã
Uma vez mais, politicamente, há duas Espanhas: uma socialista (muito mais radical do que o nosso PS) e outra de direita (muito mais conservadora e religiosa do que a nossa). Foi-se a moderação e reside, sôfrega, a bipolarização. A UPyD, de Rosa Díez, queria ocupar o espaço entre os dois partidos dominantes mas só ela foi eleita graças a um sistema eleitoral obsceno – por exemplo, os nacionalistas bascos com o mesmo número de votos conseguiram seis deputados.
Carlos de Abreu Amorim, Professor universitário