'Rede criminosa' matou ex-premiê do Líbano, diz ONU
O ex-premiê libanês assassinado Rafik Hariri
Caminhão cheio de explosivos foi usado no ataque que matou Hariri
Uma equipe de investigação da Organização das Nações Unidas (ONU) afirmou nesta sexta-feira que provas indicam que o ex-primeiro-ministro libanês Rafik Hariri foi assassinado por uma "rede criminosa".
Hariri foi morto, junto com outras 22 pessoas, em fevereiro de 2005, em um atentado a bomba que provocou revolta no país.
O novo relatório, o décimo a respeito da morte de Hariri, não revela o nome de nenhum suspeito, mas afirma que um grupo que a comissão da ONU chamou de "Rede Hariri" foi o responsável pelo assassinato.
A equipe da ONU diz ainda que a "Rede Hariri" já existia antes mesmo do atentado e mantinha o ex-primeiro-ministro libanês sob vigilância. Segundo o relatório, pelo menos uma parte do grupo permaneceu operante depois do assassinato.
Relatórios anteriores elaborados pela ONU sugeriam que os serviços secretos do Líbano e da Síria participaram do assassinato, algo que o governo sírio nega.
Suspeitas
Segundo o correspondente da BBC na sede da ONU em Nova York, Matthew Price, os investigadores já suspeitavam que o ex-primeiro-ministro havia sido morto por um grupo de criminosos.
A comissão da ONU sugere que o grupo é responsável por outros ataques contra personalidades importantes do Líbano.
De acordo com o relatório, as provas reunidas em atentados mais recentes no país estão ajudando na investigação geral.
O documento também aponta progressos na identificação do suicida que matou o ex-primeiro-ministro libanês, de acordo com o correspondente da BBC.
Segundo Price, a comissão está utilizando laudos de perícia e amostras de DNA na investigação.
Lentidão
O relatório reconhece que a lentidão no progresso das investigações é frustrante para algumas pessoas, mas acrescenta que a investigação não pode ser apressada.
Segundo Price, a situação política e de segurança no Líbano tem sido um problema para os funcionários da ONU que trabalham na investigação, assim como a falta de recursos da própria organização.
A equipe da ONU também afirma que está contando com a cooperação das autoridades libanesas.
No caso da Síria, que nega qualquer envolvimento com a morte de Hariri, o relatório diz que a cooperação tem sido "satisfatória".