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 A QUESTÃO DO TIBETE

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Vitor mango

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MensagemAssunto: A QUESTÃO DO TIBETE   A QUESTÃO DO TIBETE EmptyTer Mar 25, 2008 8:49 am

A QUESTÃO DO TIBETE


Adriano Moreira
professor universitário



A QUESTÃO DO TIBETE 787089



















Nos fins da década de 80 do século passado, o resistente e sobrevivente
Deng Xiaoping lançou as propostas e fundamentos para a afirmação da
China como uma potência responsável na cena internacional, por estar
ainda dominada pelo bipolarismo dos pactos militares e pelo conflito
ideológico entre as democracias ocidentais e as democracias populares
marxistas, entre as quais o regime chinês se definia como identidade
específica e estratégia própria.

Paulatinamente, o discreto dinamismo de Xiaoping foi sendo aclarado
pela clara ostentação de objectivos e de capacidades. Um dinamismo de
crescimento económico, a preservação da paz e da estabilidade no espaço
de influência imediata, mas, ao mesmo tempo, sem ceder em nenhum dos
interesses permanentes do país, sem transigir em questões de soberania,
sobretudo em face dos países responsáveis pelos chamados tratados
desiguais, e portanto vigilante no que toca às fronteiras históricas do
território considerado nacional.

Faz parte da política de afirmação fornecer ajuda respeitável às
vítimas das tragédias humanas que atingiram a Ásia nos últimos anos,
mas também procurar mediar a questão nuclear suscitada pela Coreia do
Norte, recorrendo ao multilateralismo, dando mostras credíveis de
pretender ajudar a reordenar a ONU para serviços da paz e
desenvolvimento sustentado mundial.

Foi pelas malhas da globalização económica que abriu caminho no sentido
de conquistar mercados, de se garantir matérias-primas e fontes de
energia não renováveis, de fortalecer a presença em direcção à Ásia
Central, à África, e à América Latina, invadindo áreas e territórios
que os ocidentais consideraram de presença exclusiva durante séculos.

Parece um facto irrecusável a necessidade de considerar a China como um
parceiro colocado no mesmo e igual plano dos EUA, da Rússia e da União
Europeia, em tudo o que toca à reinvenção da governança mundial,
suscitando alguma inquietação no que respeita à sua capacidade militar.

E não faltam matérias para essa inquietação, designadamente o que diz
respeito ao futuro político de Taiwan, e à inevitável necessidade de
redefinir os vários Pacíficos em que aquele oceano será politicamente
organizado.

A questão dos direitos humanos desafia constantemente a atenção das
instâncias internacionais e da opinião pública mundial, os movimentos
separatistas internos não são descuráveis, a sociedade civil ganha
identidade e protagonismo à medida que a riqueza cresce e uma classe
média desponta, e a nova geração de universitários anuncia os próprios
valores e paradigmas.

O objectivo de conciliar o crescimento económico com a estabilidade do regime é desafiado pela natureza das coisas.

Por isso, se Tiananmen ficou como um sinal dramático do conflito entre
o conservadorismo político e a mudança da sociedade, também os
movimentos de apoio aos separatismos internos, em que o Tibete avulta,
determina a reacção violenta, agora mais uma vez em exercício.

O Dalai Lama do Tibete tem sido um mensageiro mundial da paz e
reconciliação, para além da destruição desmedida que foi causada pela
invasão chinesa em 1959, uma atitude consagrada no Ocidente pela
atribuição do Prémio Nobel.

Mas a autenticidade ocidental nesta questão tem sido muito discreta.

Foi necessária a defesa da concorrência leal nos mercados para que a
crítica às condições dos trabalhadores na China aparecesse a exigir
respeito pelos direitos sociais.

O mesmo não aconteceu quando do massacre de Tiananmen, que orientou
para as discretas inquietações em privado, da parte de líderes
ocidentais ao visitar Pequim.

A atitude afoita que reinventou e lançou o protectorado para o Kosovo
vai continuar a semear inspirações separatistas em vários lugares,
talvez presentes nesta insurreição dos tibetanos.


Mas essa criatividade vai seguramente ser refreada, mesmo no Conselho
de Segurança, se a questão chegar à agenda. O poder tem uma relação
desequilibrada entre a arrogância e a prudência, dependente da
identidade do agressor
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