Israel anuncia expansão de assentamento em Jerusalém Oriental
Assentamento.
Israel intensificou construções na Cisjordânia e em Jerusalém
Autoridades israelenses anunciaram nesta segunda-feira planos de construir 600 casas em uma colônia judaica em Jerusalém Oriental, área que palestinos vêem como a capital de um futuro Estado nacional.
A comunidade internacional considera a região sob disputa, mas Israel não reconhece a reivindicação palestina.
Segundo o governo israelense, o compromisso de congelar a expansão de assentamentos na Cisjordânia não se aplica ao leste de Jerusalém.
No entanto, um relatório divulgado nesta segunda-feira pela ONG Paz Agora diz que Israel não interrompeu um só plano de expansão de assentamentos desde que assumiu o compromisso, em novembro de 2007.
Segundo a ONG, o ritmo das construções se intensificou desde então, inclusive na Cisjordânia e em outras áreas que Israel diz que devolveria aos palestinos em um eventual acordo de paz.
'Erro'
O governo israelense alega que nunca prometeu um congelamento total e insiste que Jerusalém Oriental não faz parte do compromisso porque já foi anexada a Israel.
Além disso, as autoridades israelenses defendem que novas construções em assentamentos já existentes não são expansões propriamente ditas.
Para a Paz Agora, a promessa de congelamento foi tão minada com exceções criadas por Israel que já tem pouco significado para o processo de paz.
Segundo a ONG, Israel está repetindo um dos seus "piores erros" ao construir em terra sob disputa enquanto negocia a paz, e isso pode inviabilizar um acordo com os palestinos.
Apesar de o relatório indicar uma ampliação dos assentamentos israelenses, o governo ainda afirma que estaria disposto a se retirar de pelo menos uma parte da Cisjordânia.
No domingo, a ministra das Relações Exteriores de Israel, Tzipi Livni, disse, após um encontro com a secretária de Estado americana, Condoleeza Rice, que o governo israelense pretende dar apoio aos colonos que resolverem se retirar dos territórios ocupados.
Segundo Livni, o governo planeja pagar uma indenização aos colonos que quiserem se retirar dos assentamentos, para que eles possam reconstruir suas vidas dentro das fronteiras de Israel.
O anúncio do polêmico plano das autoridades de Jerusalém foi feito no mesmo dia em que Condoleezzza Rice deixou o país ao fim de uma viagem de três dias pela região para impulsionar o processo de paz. Durante a visita, Rice defendeu o fim da expansão dos assentamentos.