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 O pesadelo do ´carjacking´

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mike

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MensagemAssunto: O pesadelo do ´carjacking´   O pesadelo do ´carjacking´ EmptyDom Abr 06, 2008 1:48 pm

Segurança

O pesadelo do ´carjacking´

O roubo violento de carros, ameaçando a vida dos seus proprietários, foi o crime que mais cresceu em 2007.

Consegue imaginar-se a conduzir a 250 km por hora, ser parado pela polícia e encarar isso como uma das melhores coisas que já lhe aconteceram na vida? É assim que o juiz Augusto Lourenço, 50 anos, descreve o que lhe sucedeu quando regressava a Lisboa, de umas férias no Algarve… Bem vistas as coisas, se recuarmos até às 17 horas do dia 19 de Setembro de 2007, o caso tem mais de sinistro do que de caricato: o magistrado sai de Tavira e entra na Via do Infante, rumo a Lisboa.

É Verão, domingo à tarde, e o seu Mercedes SLK, novinho em folha, dá nas vistas. Augusto Lourenço não estranha, por isso, que um Volkswagen Passat, de matrícula espanhola, siga a seu lado, na via rápida, e que os seus dois ocupantes deitem miradas gulosas ao seu topo de gama.

Augusto Lourenço acelera um pouco. O Passat faz o mesmo. A cena repete-se umas quantas vezes. Até que um dos homens faz sinal com a mão para o juiz encostar à berma. «Foi então que percebi que estava metido num grande sarilho», conta à VISÃO.

O magistrado ignora o aceno e carrega no acelerador. O condutor do outro carro faz o mesmo e inicia-se uma perseguição louca. O juiz escapa à justa, a várias tentativas de abalroamento. Ao fim de uns quilómetros neste jogo do gato e do rato, a maior potência do Mercedes faz a diferença e deixa os perseguidores para trás. Mas nem assim o juiz baixa dos 250 km por hora – até ser caçado por uma brigada da GNR. Foi autuado e pode vir a perder a carta de condução. Ainda assim… «Nunca me senti tão feliz por ver a polícia aparecer!»

Do carro azul que o perseguiu não voltou a haver sinal. O certo é que, ao ler o jornal, dois dias depois, o magistrado percebeu que, dentro do azar, acabou mesmo por ter sorte: três outras viaturas haviam sido roubadas, no mesmo fim-de-semana – precisamente no troço da Via do Infante, onde deitaram o olho ao seu Mercedes.

Sintra, o reino dos ´carjackers´

O juiz Augusto Lourenço conhece bem o fenómeno do carjacking – designação que deriva da palavra inglesa highjack (rapto) e do termo hijacker, aplicado aos «piratas do ar». Consiste no roubo violento de um carro com o seu condutor presente e é um fenómeno em constante crescimento no nosso país desde 2003, sobretudo nas áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto. Enquanto magistrado em Sintra, que classifica como «a comarca mais complicada» no que diz respeito a estes casos, já perdeu a conta aos processos que julgou deste tipo de roubos – «de extrema violência», quase sempre à mão armada.

Segundo o Relatório de Segurança Interna (RSI), apresentado na terça-feira passada pelo ministro Rui Pereira, este é o crime que actualmente mais preocupa as autoridades, pelo crescimento verificado no ano passado: 34,1 por cento. O RSI, que colige os dados de todas as forças policiais, de informações e segurança, dedica-lhe um capítulo, pela primeira vez. O tenente-general Leonel de Carvalho, 64 anos, responsável pelo Gabinete Coordenador de Segurança, explica à VISÃO que este é um fenómeno preocupante «pela violência associada e pela utilização de ameaça e coacção».

Em 2007, os 488 crimes registados fizeram soar o alarme: já não são meia dúzia de casos isolados. O ministro Rui Pereira anunciou, por isso, a criação de um grupo de trabalho, coordenado pelo secretário de Estado Adjunto da Administração Interna, José Magalhães, que tem 60 dias para apresentar medidas concretas. Uma delas pode passar pela aposta nas tecnologias de geolocalização de veículos (ver caixa). O MAI deverá reunir com o Instituto de Seguros de Portugal e com a Associação Portuguesa de Seguradores, na próxima semana, para tentar convencer as empresas a criarem incentivos para os automobilistas que adiram a estes dispositivos de segurança.

Salvo com um tiro

«Sempre tranquei as portas do carro. Para meu azar, nessa noite não o fiz.» Abel Loureiro, 48 anos, motorista da Câmara Municipal de Lisboa (CML) relembra, nervoso, o «maior susto» da sua vida: a 23 de Abril do ano passado, perto das dez da noite, no bairro de Alvalade, na capital. Acabara de deixar em casa um vereador e encostou o vistoso Peugeot 607 para atender uma chamada da mãe. O telefonema foi interrompido por cinco indivíduos que abriram as portas do automóvel. Entraram três, e os outros dois ficaram do lado de fora, junto à porta do condutor. «O que se sentou ao meu lado tirou-me logo o telemóvel e apontou-me uma faca, enquanto um dos sujeitos que estava no banco de trás me tapou os olhos e a boca», recorda.

Depois de ser golpeado na face, o motorista ainda levou uma pancada na cabeça. Fora do carro, foi sovado «com murros e pontapés nas costelas», enquanto ouvia ameaças de morte. E um dos delinquentes desabafar que não percebia nada da caixa de mudanças automáticas...

Nessa altura, a noite foi rasgada por dois tiros. «Pensei que era o fim da minha vida», lembra. Os disparos, de um agente da PSP que passava naquele local por acaso, à civil, foram o tiro de partida para o sprint de fuga dos assaltantes. Tudo acabou em bem, mas Abel ficou atormentado pelas recordações daquela noite. «Já passou quase um ano e continuo com pesadelos», confessa.

Medo à flor da pele

São também penosos os flashbacks do economista Luís Faria, 54 anos, regressando ao dia em que, pelas oito e meia da noite, estacionou o seu Citroën C5 à porta de casa, num pacato e selecto bairro do Monte Estoril. Era raro conseguir um lugar tão bom. Mas, naquele dia, esse seria tudo menos um sinal de sorte.

«Não saí logo do carro, porque estava a falar ao telemóvel com um amigo, através do auricular», lembra. Por isso, nem deu pela aproximação de um indivíduo que abriu, de repente, a sua porta. «Pediu-me um cigarro e eu disse-lhe que não tinha, esperando que se fosse embora», explica. Foi então que um segundo homem entrou pelo outro lado e se sentou, calmamente, a seu lado. «Tinha um olhar gélido...», recorda, perturbado. Nem teve tempo de lhe dirigir a palavra. Nesse preciso momento, o primeiro indivíduo puxou-o para fora do carro e Luís percebeu, então, que lhe iam roubar o Citroën.

Ao arrepio do que recomenda a Polícia Judiciária, tentou resistir. «É um assalto!», gritava, desesperado, tentando chamar a atenção de algum vizinho. Os dois homens, assaltante e vítima, cairiam, embrulhados, no chão. Um jovem, que passeava o seu cão, aproximou-se. Mas o carjacker sacou da sua pistola – foi como se o mundo ficasse em suspenso.

No segundo seguinte, o assaltante levantou-se, entrou no carro, onde se mantinha impávido o seu cúmplice, e fugiram. O economista ficou imóvel, acompanhando o seu automóvel, com o olhar, até este desaparecer ao fundo da rua, enquanto o jovem que passeava o cão lhe pedia desculpa por não ter conseguido ajudar. «Quando vimos a pistola, gelámos os dois. Roubarem-nos é uma coisa... Outra é vermos alguém de arma em punho, a ameaçar a nossa vida.»

Luís Faria poderia ter morrido naquela noite. Já houve portugueses que pagaram com a vida a ousadia de defender o seu carro, mas os números não estão individualizados estatisticamente. Um dos casos mortais, ao que a VISÃO apurou, nem sequer era do proprietário do carro. Trata-se de um comerciante dos arredores de Lisboa que, tentando ajudar uma senhora em apuros, acabou por ser alvejado numa perna e no abdómen. Morreu três meses depois, na sequência da agressão. O carjacker foi apenas condenado por «ofensas corporais graves».

Em 2007, em 309 casos registados pela PSP, existiram 38 situações com ferimentos infligidos às vítimas e, em cinco ocasiões, estas foram sequestradas durante algum tempo.

Este cenário difere bastante do que se registava, em 2003, quando, como lembra o subintendente Alexandre Coimbra, 38 anos, «era comum o sequestro dos condutores a fim de serem levados a caixas de multibanco, para aí fazerem levantamentos». Agora, «os criminosos têm consciência de que tomar um refém faz aumentar o risco de serem apanhados, ficando também sujeitos a condenações mais pesadas».

Desconfiar de todos

Seis meses passados sobre aquela noite arrepiante, não há sinal do automóvel. Luís Faria tinha apenas seguro contra terceiros e começa a mentalizar-se de que o seu carro não voltará a aparecer. Mas ainda não consegue conduzir. «Fiquei traumatizado», reconhece, explicando que esta experiência «mudou completamente» a sua vida. «Passei a ter a sensação de que não estamos seguros em lado nenhum. Nem no nosso bairro.»

A maioria dos casos de carjacking ocorre assim, em locais que percepcionamos como sendo de baixo risco, durante um banal dia da semana, à hora de jantar. Por isso, também Isabel Santos, 36 anos, bancária, foi surpreendida. A 2 de Fevereiro último, uma simples viagem em Corroios, Almada, para entregar os convites para a festa do 11.º aniversário do seu filho Marco, deu para o torto.

Batiam as 19 horas quando estacionou o seu BMW perto de casa de um amigo do filho. Marco saiu do carro e, ao preparar-se para fazer o mesmo, Isabel esbarrou num homem encapuzado, que logo a puxou para fora do automóvel. A chave estava na ignição. Num segundo, sentava-se um estranho ao volante. A bancária, completamente tomada pela raiva e pelos nervos, ainda abriu a porta do veículo e tentou tirar de lá o assaltante. «Apontou-me uma arma e perguntou se eu queria levar um tiro», recorda Isabel. E foi assim que, num piscar de olhos, ele desapareceu com o carro.

Dez dias depois, o automóvel apareceu abandonado no Seixal. Deve ter servido o seu propósito, num qualquer assalto. Como explica o subintendente Alexandre Coimbra, «mais de 75% destes roubos têm como objectivo a utilização da viatura na prática de outros crimes: assaltos a bombas de gasolina, pastelarias, ourivesarias e outros estabelecimentos comerciais». Nestes casos, os carros aparecem «entre um a cinco dias depois», diz. O automóvel de Isabel foi devolvido bem estimado. E tudo voltou à normalidade. Ou melhor, quase tudo. «Hoje desconfio de toda a gente, para mim todos são suspeitos.»

Da ficção à realidade

O crime que mais cresce em Portugal já existe há muito nos Estados Unidos e popularizou-se através de jogos de computador. É famosa a saga Grand Theft Auto, onde o jogador encarna um criminoso que espalha o caos pelas ruas de uma cidade imaginária. A forma preferencial de locomoção é um automóvel… raptado. Para quem jogue numa Playstation, um simples toque no botão triangular é o suficiente para fazer voar o condutor do seu veículo e, calmamente, ocupar o volante. Depois é só acelerar.

Mas a ficção transformou-se em realidade. Nas nossas estradas. Hoje. Para Carlos Poiares, 51 anos, psicólogo criminal, «a importação da violência através da cultura» não explica tudo: «Vivemos impregnados de brutalidade.» Quanto ao boom de casos de carjacking, o director da Faculdade de Psicologia da Universidade Lusófona entende tratar-se de um «fenómeno que está na moda, comentado entre grupos que instintivamente se copiam». A melhor forma de combatê-lo? «É preciso demonstrar eficácia policial, para que se acabe com esta impunidade, de que as personalidades com tendências desviantes se aproveitam.»

O juiz Augusto Lourenço não poderia estar mais de acordo. Mas, com o actual quadro legal, teme que este tipo de crime continue a crescer: «É cada vez mais difícil julgar e condenar criminosos. A Justiça vive uma espécie de joguete de formalismos, em que a verdade material é, vezes sem conta, mandada para o caixote do lixo, prevalecendo a verdade formal.» Em Sintra julga, actualmente, uma média de oito casos de carjacking por mês. Mas este crime, que se enquadra na definição de «roubo agravado», punível com pena de 3 a 15 anos de prisão, fica muitas vezes impune, admite.

«Este novo Código de Processo Penal dificulta, como nenhum outro a nível europeu, a investigação e a produção de prova, nos casos de carjacking», diz. Como exemplo, lembra um processo que vários agentes judiciais daquele tribunal classificam como «o mais violento» que já ali se julgou.

Mesmo depois de lida a sentença, uma zaragata entre os arguidos fez com que dois dos jovens condenados e dois polícias fossem parar ao hospital. No banco dos réus sentaram-se sete rapazes, acusados de 18 roubos por carjacking e de vários crimes de ofensas corporais aos ocupantes dos carros.

A acusação desfiou, com pormenor, o grau de violência empregado contra as vítimas – o gangue chegou mesmo a arrastar, durante vários metros, uma mulher com uma bebé ao colo... O modus operandi do grupo era sempre igual: atacavam de noite, os seus alvos eram mulheres, surpreendidas enquanto estacionavam o carro à porta de casa.

A sentença deste caso reflecte a realidade dos desfechos judiciais de carjacking: apenas um décimo dos 40 crimes que constavam da acusação do Ministério Público (MP) foram dados como provados. Levaram sete anos de prisão. «O facto de terem actuado encapuzados e de as poucas testemunhas terem mostrado, em julgamento, receio de represálias, não permitiu ir mais longe», diz o magistrado de Sintra.

Entre os vários procuradores do MP contactados pela VISÃO existe a percepção da «dificuldade» de punir os autores destes roubos, quando actuam de rosto coberto e de luvas. «Normalmente, só os conseguimos implicar quando apanhados em flagrante, sendo complicado associá-los a crimes anteriores», frisa um magistrado do MP de Oeiras.

Apesar de os carjackers operarem cada vez mais encapuzados, muitos ainda se arriscam a actuar de cara destapada e, neste caso, vários procuradores tecem críticas ao modo como a PJ investiga estes crimes. «Quando os suspeitos são detidos, nem sempre se faz o reconhecimento presencial com as testemunhas.

Este é um meio de prova importantíssimo, dado que, mesmo quando confessam tudo à polícia, isso não vale de nada em tribunal», explica o magistrado de Oeiras. Nesta comarca, decorre um megajulgamento em que sete arguidos respondem por mais de 40 crimes de carjacking, que corre precisamente o risco de produzir fracos resultados devido aos constrangimentos legais.

(continua no post seguinte)


Última edição por mike em Dom Abr 06, 2008 1:49 pm, editado 1 vez(es)
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MensagemAssunto: Re: O pesadelo do ´carjacking´   O pesadelo do ´carjacking´ EmptyDom Abr 06, 2008 1:49 pm

(continuação do post anterior)

Roubos por encomenda

«Hoje tratam-se os arguidos com carinho», ironiza Francisco Garcia, 62 anos. Este advogado, que chegou a ser, nos anos 70, director de uma secção da PJ que investigava o roubo de automóveis, não fica surpreendido com o crescimento dos números do carjacking face à forma como as averiguações são realizadas: «O que se faz hoje, fazia-se há 30 anos… E como ninguém é identificado, reina a impunidade.»

Impunes estão, até agora, os ladrões que atacaram a sua família, a 18 de Dezembro do ano passado. Eram 23 e 30 e o seu filho, Frederico Garcia, 29 anos, também advogado, ia para casa no seu jipe topo de gama, com a namorada. A bagageira do Land Rover Sport estava recheada de prendas de Natal e, quando descarregavam os embrulhos, três indivíduos encapuzados saíram do escuro, apontando uma pistola ao peito de Frederico. «Pensei que ia ficar sem o telemóvel e o relógio», lembra o advogado. Em vez disso, o assaltante ordenou: «Dá a chave.» Em menos de dois minutos já o jipe seguia a toda a velocidade... nas mãos dos gatunos.

Naquela noite, o Land Rover não foi o único bem roubado. O advogado perdeu, também, a tranquilidade. «Deixei de sair à noite e, quando chego a casa, dou várias voltas para ver se há alguém à espreita.» O seu pai assistiu a tudo e não tem dúvidas: «O jipe estava marcado. Os assaltantes não mostraram interesse no meu Mercedes, nos telemóveis ou nos relógios.»

As «encomendas» existem e representam, actualmente, cerca de 30% dos casos registados, reconhece o tenente-general Leonel de Carvalho. «Há situações em que o principal objectivo é a venda dos carros ou o aproveitamento das peças, para o mercado internacional», explica, lembrando que as descrições das viaturas roubadas constam da listagem de furtos e roubos de carros fornecida por Portugal à Europol e Interpol. Mas é raro conseguir-se recuperar as viaturas. «A maioria é metida em contentores e enviada para o Norte de África ou para Angola, onde existe menos exigência com a documentação», explica à VISÃO fonte policial.

No entanto, as redes de furto de automóveis só recorrem ao carjacking quando as «encomendas» exigem uma entrega imediata ou há uma dificuldade acrescida para obter a mercadoria desejada. «Quem se dedica ao tráfico e viciação de viaturas está nisto por muito tempo e por isso arrisca menos», garante a mesma fonte. Além disso, os carjackers «também são dos que ganham menos em todo o processo, por volta dos mil euros por cada viatura». Um valor semelhante ao que recebem aqueles que se encarregam da falsificação e viciação. No topo da pirâmide está o mandante que, depois de ter comprado um salvado para ficar com os documentos, encomenda aos operacionais um carro «o mais parecido possível» – no tipo, na cor, no ano ou até na série.

A título de exemplo, uma viatura com um valor estimado de 50 mil euros custará, como salvado, pouco mais de 5 mil. Entre os gastos do roubo e da falsificação, o mandante da rede despende, no máximo, outro tanto. Vendida para África ou para o Leste da Europa, a viatura rende cerca de 30 mil euros. Ou seja, cada carro dá 20 mil euros de lucro.

Roubos em alta voz

Este tipo de encomendas seria uma das especialidades do Gangue da Lapa. Ainda em julgamento, a decorrer desde Janeiro deste ano no Tribunal de Gaia, estão 22 membros daquele grupo, com idades entre 18 e 23 anos. A Operação Pegasus, conduzida pela Divisão de Investigação Criminal da PSP do Porto, pôs fim à actividade do bando que se dedicou ao furto e roubo de viaturas ao longo de 2004 e 2005, nos distritos do Porto, Aveiro, Braga e Viana do Castelo. Cinco dos assaltantes estão em prisão preventiva, e dois respondem por quase 200 crimes cada um.

Na altura da detenção dos suspeitos, a PSP recuperou 37 veículos, na maioria Honda Civic – os preferidos dos ladrões, pela facilidade com que se abrem as portas e se liga a ignição, com o recurso a uma simples vareta de óleo –, Audi, Mercedes e até Porsche, avaliados em milhão e meio de euros. Fonte da PSP conta que o gangue actuava sempre em grupo. Normalmente, eram oito jovens, distribuídos por dois carros de alta cilindrada, também eles roubados. «Em contacto permanente por telemóvel, em alta voz, paravam junto ao veículo que pretendiam levar e aguardavam que chegasse o proprietário para o abordarem, apontando-lhe uma arma de fogo. Nessa altura, dois dos elementos entravam no carro e levavam-no. Os outros seis arrancavam em seguida.»

Também aquele que ficou conhecido por Gangue do Audi, porque os seus alvos eram os carros desta marca alemã, actuava de forma semelhante – mas atacando junto de semáforos. «Aí, uma das suas viaturas atravessava-se à frente do ‘alvo’ e a outra bloqueava a traseira.» Escolhiam condutores que viajavam sozinhos.

No caso do Gangue da Lapa, o carjacking só era cometido quando não existia outra hipótese de chegar aos automóveis pretendidos. O método preferido era o assalto a residências, durante a noite, enquanto os seus proprietários dormiam. Aí roubavam as chaves dos carros que, depois, retiravam, calmamente, da garagem… Também este fenómeno é novo, e já tem nome: housejacking, pois claro.

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MensagemAssunto: Re: O pesadelo do ´carjacking´   O pesadelo do ´carjacking´ EmptyDom Abr 06, 2008 2:41 pm

A MINHA 44 esta pronta!!!!!!!!!!
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