INEM deita culpa a acesso sinuoso

O Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) justificou o atraso no socorro a um idoso que faleceu na semana passada em Canelas, Peso da Régua, com "um imponderável provocado pelos caminhos sinuosos da zona", lamentando o sucedido, mas dando caso como "infelizmente demonstrativo de algumas dificuldades que as equipas de emergência pré-hospitalar enfrentam no dia-a-dia", pode ler-se no comunicado.

Isabel Balsa diz que Álvaro Monteiro, de 88 anos, que se encontrava a seu cargo no âmbito das famílias de acolhimento da Segurança Social "podia ainda ter vivo algum tempo. Apesar de ser doente cardíaco e os rins não funcionarem, ainda conseguia andar com ajuda do andarilho e era muito bem disposto. Sentiu-se mal e apesar de termos telefonado para o 112 às duas e vinte, a ambulância perdeu-se, e quando cá chegaram os bombeiros da Régua, já estava morto. A VMER só chegou às quatro horas. O que mais me custou foi vê-lo morrer com tanto sofrimento por causa da falta de ar", desabafou.

Ontem, o INEM esclareceu que "o alerta foi dado às 237 para o CODU Norte, sendo accionada a ambulância de Suporte Imediato de Vida (SIV), localizada em Peso da Régua em apenas um minuto. Ainda segundo o INEM, "às 3:11 a ambulância contacta o CODU informando que se encontra impossibilitada de seguir marcha, por se encontrar atolada e bloqueada numa curva íngreme de uma estrada relativamente perto do local da ocorrência". É então que é accionada uma ambulância dos bombeiros da Régua e a VMER de Vila Real. Os bombeiros chegaram primeiro, e ainda tentaram a reanimação, mas nada puderam fazer pela vida de Álvaro Monteiro, natural de Santa Marta de Penaguião e entregue aos cuidados de uma família de Canelas, desde há cinco meses. A SIV só foi "desatolada" no dia seguinte de manhã.

JN


É por estas e por outras que se tem de ter muito cuidadinho com as reformas que se pretende levar a efeito.

Retirar um serviço sem acautelar a estes "pequenos" detalhes, como por ex. a existência de más acessibilidades físicas. É pôr em causa a própria implementação da reforma.