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 O campo e a batalha

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MensagemAssunto: O campo e a batalha   O campo e a batalha EmptyQui Abr 17, 2008 5:32 am

I Curso Livre sobre História Militar



Desde a mais remota antiguidade que a natureza é a melhor amiga do soldado.
Nos tempos que correm será a inversa verdadeira?



Rui Cardoso

Tropas portuguesas na Bósnia vestindo equipamento moderno de protecção. A semelhança com as armaduras antigas não escapa ao observador atento
Uma das primeiras coisas que um soldado aprende na instrução militar é a sobreviver no meio da natureza. Ensinam-lhe a descobrir água e a alimentar-se dos frutos da terra. A mover-se silenciosamente e a procurar ver sem ser visto. A fazer das árvores, pedras e ribeiros protecções contra os projécteis inimigos e locais que favoreçam a sua pontaria. Isto é tão verdade para um português dos nossos dias que tenha escolhido a carreira militar como para um jovem da República Romana que, acabado de fazer 16 anos, se dirigisse ao Campo de Marte, às portas de Roma, no começo do Inverno, para escolher o estandarte da legião onde haveria de servir.

Os armamentos podem ter mudado, mas a séculos de distância, a forma como o legionário romano tirava partido do terreno, escondendo-se ou fortificando, não difere substancialmente do procedimento de um soldado moderno. Isto mesmo sublinhou o general Adelino de Matos Coelho, conferencista da primeira aula do Curso Livre de História Militar. Conforme explicou, o respeito pelo ambiente é uma condição de sobrevivência para o combatente. Rodados de viaturas, lixos, fumos ou marcas no arvoredo são sinais que podem revelar ao inimigo a presença de uma força militar.

Se é verdade que o resultado de uma batalha, para além da morte e do sofrimento é sempre, a devastação da natureza, por outro lado, o militar que não saiba reduzir ao mínimo o impacto da sua passagem no campo está, quase inevitavelmente, condenado à derrota, tanto mais que ao olhar das sentinelas se junta a observação dos aviões e satélites ou a análise do espectro electromagnético ou infravermelho.

A única diferença é que, no mundo em que vivemos, o ambiente poderá tornar-se num pretexto para guerra. A posse de nascentes de água ou santuários naturais num mundo cada vez mais poluído pode ser uma vantagem estratégica. E, de resto, no Médio Oriente não é impossível que uma das próximas guerras seja, não pela posse do petróleo mas da água potável.

Mas será isto tão diferente do que foi no passado? O ataque a uma cidade grega ou persa da antiguidade provocava, na proporção, um número de vítimas e um enquadramento de horrores para os civis, não muito diferente dos 62 milhões de mortos da II Guerra Mundial. Isto mesmo sublinhou José Varandas, docente da Faculdade de Letras e um dos coordenadores do Curso. "A Guerra de Tróia foi feita por causa de um tesouro fundamental, a mulher, ou seja, a possibilidade de reprodução, logo de sobrevivência, do grupo". O cidadão grego da antiguidade era o mais civilizado dos homens do seu tempo mas, ao mesmo tempo era, também, o mais eficiente dos soldados. Ou seja, "o Homem é o único predador que se preda a si próprio. E fá-lo há millénios, com uma base cultural".

Os conceitos de ataque, defesa, aproveitamento do terreno, etc, já eram teorizados antes da Antiguidade Clássica e continuaram a sê-lo desde a Idade Média, mesmo antes das armas de fogo. Daí - sublinhou José Varandas - o interesse destas sessões de análise e debate, uma vez que procuram cruzar os olhares de soldados profissionais e de docentes universitários sobre uma mesma realidade.

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