Reacções a entrevista de Sarkozy destacam novo estilo mas criticam falta de medidas concretas
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Uma mudança de tom, mas poucas medidas concretas. A prestação do presidente francês na longa entrevista da última noite no Palácio do Eliseu não convenceu.
Perto de doze milhões de franceses assistiram em directo a Nicolas Sarkozy, que tentava recuperar-se do mais baixo nível nas sondagens desde que chegou ao poder, há quase um ano.
O chefe de Estado admitiu "alguns erros" no início do mandato, mas manteve-se firme na estratégia e programa do seu governo.
A maioria dos analistas considera que o tom mais humilde e modesto assumido ontem por Sarkozy, dependerá das acções futuras do presidente para reconquistar a opinião pública.
Dominique Moisi, do Instituto Francês de Relações Internacionais, diz que o chefe de Estado "tinha de convencer os franceses de que mudou e aprendeu com o primeiro ano de mandato, com os erros, e de que vai continuar com a sua política, ao mesmo tempo que transforma a sua personalidade para integrar o criticismo dos franceses, o que representa um trabalho bastante difícil".
A imprensa concentrou-se sobretudo na mudança de estilo de Sarkozy, enquanto oposição e sindicatos criticaram a falta de medidas concretas.
Uma residente de Paris diz que "acerca do poder de compra, ele não disse nada, nem vai fazer nada. Sobre a imigração, não respondeu à questão, que preocupa as pessoas que estão em França há anos, que pagam impostos".
Uma das últimas sondagens, publicada na quinta-feira, revela que 72 por cento dos franceses estão descontentes com a actuação do presidente que elegeram no ano passado.