'Equador' vai ser filmada em quatro continentes
FILIPE FEIO
RODRIGO CABRITA
Equador "vai ser a maior produção feita para a televisão em Portugal", afirmou o director da TVI, José Eduardo Moniz, durante a apresentação da série de ficção que ontem juntou, na Estufa Real, em Lisboa, parte do vasto elenco deste "projecto ímpar no audiovisual" nacional.
"Quando decidimos falar com o Miguel Sousa Tavares para fazer a adaptação do livro [que dá nome à série], não imaginávamos a envergadura que o projecto viria a assumir", admitiu José Eduardo Moniz, "quer do ponto de vista logístico quer do ponto de vista financeiro".
"Vamos filmar em quatro continentes, vamos ter mais de cem actores envolvidos, uma enorme equipa técnica e números de figuração muito acentuados", explicou o responsável, que sublinhou o "importante" apoio do Fundo de Investimento para o Cinema e Audiovisual (FICA) na materialização do projecto.
Financiamento que, aliás, como explicou José Eduardo Moniz, só poderia ser atribuído a produtores independentes, razão pela qual a TVI vai trabalhar em co-produção com a Plano 6, em vez da habitual NBP.
O apoio do FICA é "muito relevante, porque esta produção atinge valores muito grandes", afirmou o responsável, optando, no entanto, por não revelar os números. "Uma estação de televisão, sozinha, teria dificuldades", garantiu Moniz.
Miguel Sousa Tavares, que ontem também esteve na apresentação, acredita que a adaptação do seu romance se vai tornar na "melhor série de ficção portuguesa". Além disso, não vê qualquer problema na transformação da obra. "A criação artística está ao serviço do outro, e não do artista", afirmou o escritor, razão pela qual a cedeu "com muito prazer e com muito orgulho".
Ao contrário do inicialmente previsto pelo autor, a sua colaboração não terminou com o acordo de cedência dos direitos da história. Além de ter sido consultado por diversas vezes durante o andamento do trabalhos, Miguel Sousa Tavares sugeriu mesmo alguns nomes para o elenco, tal como o do protagonista da história, Filipe Duarte, actor que aceitou o papel principal.
Mas não sem antes saber quem era o director de fotografia, e o director de arte, "peças fundamentais", na opinião do actor. "São opções artísticas", afirmou Filipe Duarte, que considera estarem reunidas as condições para que Equador se torne numa "grande série", e "numa aposta diferente na nossa ficção". E "quando o autor procura o actor..."
Além disso, "tive tantas frustrações na minha vida artística, em séries que fiz para a televisão, como a Febre do Ouro Negro, João Semana, Ferreirinha, sempre tão maltratadas pela nossa estação pública, que acho que esta é a atitude", afirmou o actor que vai vestir a pele de Luís Bernardo. Por isso, "há que tirar o chapéu" à TVI, admitiu Filipe Duarte.|