Cogito, ergo sun
Mensagens : 761 Data de inscrição : 09/04/2008 Idade : 104
| Assunto: Maio, maduro Maio Sáb maio 03, 2008 4:04 pm | |
| Maio, maduro Maio [2] Menos de 40 anos depois da morte de Karl Marx (e vinte e poucos anos depois da morte de Engels), consumou-se a primeira tomada do poder pela «classe operária», concebida e dirigida por Lenine. Em 1917, na Rússia czarista e feudal. Trinta e poucos anos depois, em nome da Marx e Engels e com os contributos de Vladimir Ilitch Uliânov, consumou-se a segunda tomada do poder pela «classe operária». Em 1949, na China imperial e feudal. O que unia, no começo do século XX, a Rússia e a China, era modo de produção asiático, como o próprio Marx caracterizou. Asiático e feudal, na China, feudal e asiático, na Rússia. Marx concebeu a revolução proletária como consequência natural do modo de produção capitalista. Na Inglaterra, na Alemanha, na França. Aqui, a revolução industrial tinha produzido uma classe operária despojada de tudo, maioritária entre todas as classes sociais e que nada tinha a perder senão as amarras à miséria e à opressão. Mas, por ironia do «destino», as revoluções «proletárias», em nome de Marx, aconteceram em países com uma classe operária residual e quase inexistente. O resultado não podia deixar de ser o que foi. Por isso, não é de estranhar que os partidos comunistas que encabeçaram estas duas revoluções, cada um num momento próprio, tenham concluído que era necessário fazer marcha atrás e desenvolver, primeiro, o modo de produção capitalista, como etapa necessária para a iniciar a construção do socialismo. (o próprio Lenine tinha chegado a esta conclusão e, por isso, lançou a Nova Política Económica, abortada por Staline com o fuzilamento de milhões de camponeses). O PC da URSS, com Gorbachov, não se considerou capaz de dirigir o processo de desenvolvimento capitalista e entregou o poder a quem fosse capaz de tal tarefa. Ao contrário, o PC Chinês considerou que era capaz de dirigir a etapa do desenvolvimento capitalista. É necessário desmistificar o óbvio: a «ditadura do proletariado» em sociedades praticamente sem classe operária foi, quer num caso, quer noutro, a ditadura de um partido e não a ditadura de uma classe. Mas, agora, no século XXI coloca-se uma questão nova: onde é que está a classe operária do século XIX, a classe operária analisada por Marx? Os comunistas portugueses, a avaliar pelo eixo de gravidade das suas lutas, acham que a «nova» classe operária são os trabalhadores da Função Pública, maxime os professores. Ainda não perceberam que Cristo morreu, Marx também e eu próprio já não me sinto nada bem .... Hoje há conquilhas Embora parecendo o contrário, talvez nestes tempos conturbados em que vivemos estejamos muito mais perto de Marx e das suas análises e profecias do que nunca. O capitalismo encontra-se numa encrizilhada. A especulação tornou-se desenfreada e a necessidade de lucro (mais valia) obscena. Mas também do outro lado as coisas mudaram. Operariado e proletariado foram-se. Outras classes nasceram. E os sindicatos andam á nora. Agarram-se á funcão pública porque é ainda o sector com garantia de continuidade de emprego. Quando essa garantia faltar, veremos. E o Carlitos bem podia cá voltar, analisar e corrigir o "Capital". No tempo dele não havia a globalização. Nem os trabalhadores, através da bolsa, se sentiam também capitalistas. | |
|
Vitor mango
Mensagens : 4711 Data de inscrição : 13/09/2007
| Assunto: Re: Maio, maduro Maio Dom maio 04, 2008 2:46 am | |
| Hoje a classe operaria nao veste fato macaco nem ja se usa a Foice para o Trigo e marteladas só com o pincel O PCP e derivados estagnaram no paleio Trabalhadores veem a TVI , comem kekes hamburgueres e vestem Mango ( marca importada ) Os intelectuais tentam a todo o custo sobreviver num mundo onde para alimentarem os miolos teem que comprar livros e CD ...um balurdio ( com Iva ) Eu proponho um novo slogan Abaixo as calças operarias , porra ...eu disse calças ? tava a pinçar noutra revolução aqui ao lado que as anda a pedir | |
|