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 É porreiro acordar

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vagalhao

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MensagemAssunto: É porreiro acordar   É porreiro acordar EmptyQua Out 31, 2007 2:08 pm

É porreiro acordar


‘ACORDEM para a realidade!’, pediu Sócrates aos eurodeputados. Porque com o novo Tratado «a Europa está de volta». Terá razão?
É
normal, humano até, que o presidente em exercício da União, cante hinos
ao seu próprio sucesso. Embora as dificulda- des se tenham resolvido no
Conselho de Junho, antes de José Sócrates assumir, é verdade que a
diplomacia portuguesa tratou da mercearia residual. Foi a jogo e
cumpriu.Mas será este sucesso sinónimo de mais e melhor Europa?
Eis o que vale a pena discutir e a verdadeira razão para um referendo.
Para se verificar se a opinião dos governos é a dos seus cidadãos. Para
que se saiba quem precisa de acordar…
Subjacente à invectiva de José
Sócrates está a ideia de que há um antes e um depois do Tratado. Antes
era a crise e o impasse; depois, será a Europa que funciona, que trata
dos problemas dos seus cidadãos e até dos do Mundo em geral. Será
assim? Será que sem Tratado a Europa era assim tão má, e que com ele
‘está de volta’? Será esta a opinião das pessoas? Ou ela representa
apenas o olhar de uma eurocracia cansada da incompreensão das massas?
Só podemos saber com referendo… Acordando.O que começa mal
dificilmente se endireita. Consigo perceber a exasperação dos que
mandam. Em Nice, assinaram um Tratado que não lhes agradava, mas que
era o único possível. Acto contínuo, os mais federalistas começaram, no
mesmo dia, a pensar num novo acordo. O Conselho inventou uma
‘Convenção’. Nomearam para ela um presidente, Giscard D’Estaing. E
deram cobertura a que o conclave ultrapassasse o seu próprio mandato.
Nenhum português se lembra de quem aí os representou. Dois terços dos
artigos do Tratado Constitucional não foram sequer votados.
Sabe-se
como acabou esta triste história de fazer passar uma Constituição a
cavalo de um Tratado. Mais de 90 por cento dos deputados franceses era
a favor do texto. Mas 56 por cento do povo não gostou. Na Holanda,
ocorreu o mesmo. De quem foi a responsabilidade? Dos povos ignaros ou
da loucura dos engenheiros de almas do projecto europeu? Em vez
de tirarem a conclusão certa, os governos agravaram o erro. O seu
sucesso é o mesmo Tratado, mas sem título, sem hino e sem bandeira.
Um
alto funcionário europeu, com sentido de humor, faz a defesa da nova
dama: o texto anterior e o actual são diferentes porque «se o chimpazé
e o Homem partilham 99 por cento do capital genético, nem por isso o
símio é um Homem». A imagem tem piada, mas deve ser devolvida ao
remetente: este Tratado é o chimpazé da Constituição falhada. Se
existiam bons motivos para referendar, mais há agora.
Tudo isto podia e devia ter sido feito de outro modo. Os meios não são neutros. Dizem-nos tudo sobre os fins.
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