Rigor na História da 1.ª República
Primeira República impôs um novo regime que não soube gerir com êxito a "questão religiosa" Com o aproximar da celebração do centenário da implantação da República em Portugal (2010), D. Jorge Ortiga, presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), disse, em Roma, onde se encontra com os bispos portugueses em visita "ad limina", que "devemos estar presentes para que a interpretação dos acontecimentos seja exacta".
Afirmação feita no início dos trabalhos da Assembleia Plenária, que também decorreu em Roma.
Acrescenta que "a data não pode passar despercebida, necessitamos de, desapaixonadamente, sintonizar com a heroicidade dos pastores e cristãos daquela época para crescermos no amor à Igreja na actualidade".
Lembrou que os bispos da época, "após a implantação da República, redigiram uma pastoral colectiva com a data de 24 de Dezembro de 1910.
Aí se afirmava, categoricamente, que aceitavam e respeitavam os poderes constituídos num regime novo. Não era este que estava em questão mas a falta de liberdade de consciência e de pensamento, acompanhada de medidas de feição acatólica e anticatólica que encontraram e se tornaram mais evidentes na Lei da Separação de 20 de Abril de 1911, com execução a partir de 1 de Julho do mesmo ano".A Assembleia dos bispos procedeu a uma reflexão sobre os desafios que se colocam à Igreja em Portugal no próximo quinquénio.
Decidiram enviar ao Secretariado da CEP os relatórios quinquenais elaborados para a visita "ad limina", em ordem a serem analisados pelo Gabinete de Estudos Pastorais, sobretudo na perspectiva de descobrir linhas de orientação para o futuro próximo. Os relatórios foram apresentados ao Papa e à Cúria romana.
Nas intervenções episcopais, foram lançadas as prioridades seguintes investimento na formação de cristãos, com valorização do estilo catecumenal e das dimensões comunitária e espiritual; inovação na pastoral juvenil; clarificação da missão específica dos padres; promoção de iniciativas que permitam conhecer o Deus cristão, pensar a Igreja na sua liberdade profética e prepará-la para ser serva e pobre.
É um longo caminho que a Igreja fará ao andar na sociedade portuguesa.
JN (11-11-2007)