Paralisação afecta milhões de passageiros
Alemães obrigados a trocar comboios por outro meio de transporte
A greve dos maquinistas alemães, que se iniciou na quarta-feira nos combios de mercadorias, estendeu-se ontem aos comboios de longo curso, regionais e urbanos, afectando milhões de passageiros em todo o país.
Esta greve, que durará 62 horas e só terminará na madrugada de amanhã, é a maior e a mais ampla da história dos caminhos-de-ferro, para reivindicar um contrato colectivo próprio e aumentos salários de cerca de 30% para os maquinistas.
A paralisação estava a registar grande adesão e a grande maioria dos comboios deixou de circular, apesar de só 12 mil dos 20 mil maquinistas serem filiados no GdL (os restantes são funcionários públicos e não podem aderir a greves), e de a administração dos caminhos-de-ferro ter adoptado planos de contingência, sobretudo para os combios de longo curso.
Nas grandes cidades alemãs, como Berlim, Hamburgo, Estugarda e Munique e nas regiões metropolitanas de Colónia e Frankfurt, milhões de passageiros tiveram ontem de encontrar outra forma de chegar aos empregos, de carro, metropolitano, eléctrico, ou autocarro, porque apenas circularam cerca de 10% dos comboios urbanos que ligam a periferia ao centro das cidades.
A administração dos caminhos-de-ferro (DB) manteve a proposta de aumentos salariais de 10%, mas com a contrapartida de mais oito horas de trabalho por mês, que o GdL considera inaceitável.
"Continuamos sentados à mesa das negociações, à espera", disse à televisão pública ARD o director da DB para o sector de passageiros, Karl-Friedrich Rausch.
JN (16-11-2007)