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 Béjart - Morreu o coreógrafo que quis democratizar a dança

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MensagemAssunto: Béjart - Morreu o coreógrafo que quis democratizar a dança   Béjart - Morreu o coreógrafo que quis democratizar a dança EmptySex Nov 23, 2007 9:00 am

Morreu o coreógrafo que quis democratizar a dança


Popular, Maurice Béjart tinha mais de 250 bailados no seu repertório
Era divertido, não se levava demasiado a sério, mas marcou gerações, recusando sempre a ideia de estilo único.

Com mais de 50 anos de actividade, o coreógrafo e ex-bailarino Maurice Béjart morreu, ontem, no Centro Hospitalar de Lausana (Suíça), onde dirigia, há 20 anos, o Béjart Ballet de Lausanne. A notícia foi dada pelo escritor Francois Weyergans, Prémio Goncourt 2005, e amigo íntimo do artista. Tinha 80 anos.

O criador de Boléro, com música de Maurice Ravel (1960), popularizado pelo filme de Claude Lelouch Les Uns et Les Autres, havia sido hospitalizado pela segunda vez em um mês para ser submetido a um tratamento cardíaco e renal. Acompanhava, no entanto, diariamente o trabalho da companhia e, em particular, os ensaios d'A volta ao mundo em 80 minutos, cuja estreia mundial está prevista para 20 de Dezembro, no Théâ- tre de Beaulieu, em Lausanne.

Obra vasta a sua, a de um corpo vigoroso e ágil. Rosto escultórico, riso alto, elevado sentido musical, tinha mais de 250 coreografias no repertório e o estatuto de estrela. O mundo da dança contemporânea mal o evoca, porém, talvez injustamente, ele que criou a emblemática escola Mudra, em Bruxelas (1970), a de Dacar (1977) e a escola-atelier Rudra em Lausana (1992) , talvez porque tenha merecido, por parte do público, a condenação da popularidade e feito concessões à facilidade.

Fundador do Ballet du XXe Siè- cle, a passagem para o Béjart Ballet Lausanne (1987) efectuou-se em continuidade, mas a verdade é que o Béjart respeitado é o Béjart de antes, que Portugal ainda viu, por várias vezes, nomeadamente pela mão do Ballet Gulbenkian em, por exemplo, Webern Opus V. Vasco Wellenkamp, ex-coreógrafo residente desta companhia, hoje director da CNB, considera-o um "filósofo da dança, um esteta", enquanto nomes como Larrieu dizem que, nos anos 70, graças a ele, passou a poder comprar-se posters de bailarinos a caminhar nos passeios.

Nomes dos mais relevantes da dança contemporânea como Maguy Marin, Catherine Diverrès, Michèle Noiret, Anne Teresa de Keersmaeker, entre outros, passaram, todavia, pela escola Mudra e aí receberam ensinamentos do autor de uma das versões mais conhecidas de A Sagração da Primavera, de Igor Stravinsky (1959). Béjart escreveu ainda memórias, peças de teatro, foi realizador e encenador de ópera.

Há ainda quem associe Messe pour le temps présent (1967) ao Maio de 68. Não admira, foi expulso de Portugal por Salazar, no mesmo ano, por ter tomado posição contra as ditaduras. Foi Béjart quem noticiou, quando da apresentação do Romeu e Julieta, no Coliseu de Lisboa o assassínio de Robert Kennedy. Seguiram--se 20 minutos de aplausos. Traria a Lisboa, já depois de 74, essa obra.

Raramente reivindicado, Béjart era um contador de histórias, um comunicador. Não seria um pioneiro no sentido de Merce Cunnigham, nem um criador de um movimento ou de um estilo sequer, mas, no domínio da pedagogia, há unanimidade de opiniões quanto à força do seu contributo. Erotizou, por outro lado, o corpo masculino, vestiu-o de jeans, desamarrou-o dos códigos clássicos, assexuados. Idealizava a mulher.

Bem e mal-amado, Béjart fica, porém, associado à liberdade e à democratização da arte. Afinal, não resistiu a um público que o idolatrava.


DN (23-11-2207)

Também marcou a minha geração.

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