Um glorioso choque cultural...
K recentemente aconteceu no Irão fez-me rir em voz alta. Os filhos de Che Guevara, o pin-up revolucionário, foram convidados à Universidade de Teerão para comemorar o 40º aniversário da morte de seu pai e para celebrar a crescente solidariedade entre “e esquerda e o Islão revolucionário”, participando numa conferência parcialmente custeada pelo Presidente venezuelano Hugo Chávez.
Houve saudações fraternais e sorrisos gerais à medida que eram denunciadas “as ambições planetárias devoradoras” da América. Mas foi então que um dos oradores, Hajj Saeed Qassemi, o coordenador da Associação dos Voluntários Mártires-Suicidas (que presumivelmente se mantém vivo desinteressadamente em nome da causa), revelou que Che era “um homem verdadeiramente religioso que acreditava em Deus e que odiava o comunismo e a União Soviética”.
Aleida, a filha de Che, interrogou-se se algo se teria perdido na tradução. “O meu pai nunca mencionou Deus”, disse ela, para consternação da assistência. “Ele nunca conheceu Deus”. Na confusão, Aleida e o irmão foram rapidamente acompanhados à saída e escoltados para o hotel. “No fim do dia, os dois Gueveras tinham-se tornado ‘não-pessoas’. A Imprensa controlada pelo Estado subitamente esqueceu a sua existência”, registou o escritor iraniano Amir Taheri.
Depois da sua partida, Qassemi prosseguiu afirmando que Fidel Castro, o “guia supremo” de Che Guevara, era também um homem de Deus. “A União Soviética acabou”, disse ele. “A liderança dos oprimidos passou para a nossa república islâmica. Aqueles que querem destruir a América têm de perceber isto e deixar-se de jogos de palavras.”