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 Guerra começou com bofetada

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Vitor mango

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MensagemAssunto: Guerra começou com bofetada   Guerra começou com bofetada EmptyDom Dez 16, 2007 12:42 pm

Guerra começou com bofetada
Polícia sabe quem matou. Mas faltam as provas.
Carlos Rodrigues Lima, Hugo Franco, Ricardo Jorge Pinto e Rui Gustavo
0:00 | Sábado, 15 de Dez de 2007


Guerra começou com bofetada A guerra no Porto foi provocada quando "Berto Maluco" participou na morte do segurança Nuno Gaiato
João Abreu Miranda
A guerra no Porto foi provocada quando "Berto Maluco" participou na morte do segurança Nuno Gaiato

No funeral de Nuno Gaiato, Q. dava murros no caixão e jurava vingar a morte do amigo. Quem conhecia o corpulento "boxeur" e segurança sabia que estava a falar a sério. Começava ali, numa tarde de Julho, a guerra da noite no Porto, que já matou quatro pessoas e não tem fim à vista.

O Expresso sabe que a Polícia Judiciária (PJ) já identificou os autores de três dos homicídios e não fez qualquer detenção porque não tem provas suficientes para incriminar os suspeitos. Só ainda ainda não conseguiu perceber quem matou Alberto Ferreira, o Berto Maluco, assassinado a tiros de metralhadora Uzi no dia 9 deste mês. A PJ do Porto suspeita que os autores dos disparos contra Berto Maluco são assassinos profissionais, contratados na Galiza e que já se encontram fora do país.

A sustentar esta tese está o facto de o crime ter sido cometido ao início da noite (os outros três foram sempre de madruga) e de os assassinos terem usado uma metralhadora, ao contrário dos habituais revólveres. De acordo com uma fonte policial, Berto era um alvo a abater desde o início da guerra, quando participou na morte de Nuno 'Gaiato'.

Natural da Ribeira, Nuno Miguel Vieira era um dos homens mais temidos na noite do Porto. Um segurança que não virava as costas a uma luta e não temia ninguém. Nem mesmo Berto Maluco, com quem disputava prestígio e território. Filipe, amigo de Berto Maluco, levou uma estalada de Gaiato, na discoteca africana Kizomba. Algumas noites mais tarde, Gaiato voltou a armar confusão, na discoteca Number One, onde Berto trabalhava. Os desentendimentos já vinham de trás e os dois trocaram ameaças de morte. Gaiato sabia que estava marcado.

Um relatório de um departamento de informações da PSP, a que o Expresso teve acesso, traça uma radiografia dos bastidores da noite do Porto. E deixa claro que a onda de violência, sem precedentes e que motivou a criação de uma equipa especial de investigação, tem origem em pequenos conflitos individuais, resolvidos posteriormente em confrontos entre grupos rivais de bairros como a Ribeira, Miragaia ou Giestal. Se no passado o confronto físico resolvia os conflitos, hoje a linguagem é a das armas.

Segundo o mesmo documento, no dia 13 de Julho deste ano, Berto Maluco, Hugo R., Vasco e Timóteo invadiram a discoteca El Sonero à procura de Nuno Gaiato. O 'alvo' tinha um colete à prova de bala e uma pistola para se defender. Mal viu os inimigos, disparou e atingiu Hugo R. numa perna. Foi encurralado na cozinha, baleado no dorso e abatido com um tiro na cabeça. Os autores dos disparos terão sido Hugo e Berto Maluco.

Os investigadores interrogaram os dois mas não prenderam nenhum por falta de indícios fortes. "Como sempre, ninguém viu nada", lamenta uma fonte policial. Os pactos de silêncio (a "omerta" mafiosa à moda do Porto) imperam. Por medo, mesmo as testemunhas mais descomprometidas com os autores dos crimes não falam. Os elementos dos grupos crêem numa justiça própria, feita fora dos tribunais.

Na noite de 28 de Agosto, depois de uma fracassada 'conferência de paz' e de espancar o dono de um ginásio onde os amigos de Nuno Gaiato iam cultivar o físico, Berto Maluco conversava com Aurélio Palha à porta da discoteca Chic. Aurélio era dono de várias discotecas e restaurantes. Conhecia o grupo da Ribeira, era amigo de toda a gente e o homem ideal para impor a paz.

O barulho dos travões de um carro interrompeu a conversa entre os dois homens. Aurélio reconheceu os ocupantes, percebeu o que estava a acontecer e tentou, sem êxito, apelar à calma.

De acordo com o mesmo relatório, lá dentro estaria Q., ou três homens a mando de Q., que queriam vingar a morte de Nuno Gaiato. Palha, no meio da linha de fogo, acaba por ser atingido mortalmente. Berto Maluco atirou-se para o chão a tempo e, protegido por um muro, conseguiu escapar às balas. Identificou os autores do crime à polícia e, uma vez mais, a falta de indícios levou a que não houvesse detenções.

Aurélio Palha não era propriamente um bandido ou um marginal. Era uma figura respeitada, responsável pela segurança de eventos como a Queima das Fitas ou da campanha de Cavaco Silva na cidade do Porto. A morte veio aumentar ainda mais a sensação de impunidade dos criminosos e a falta de detenções ou de certezas em relação aos autores dos crimes ampliou a imagem de inoperância da polícia.

O terceiro homicídio, a 29 de Novembro, de Ilídio Correia, provocou o caos na cidade. O ajuste de contas entre seguranças tinha perdido o controlo. Ilídio foi morto com um tiro na cabeça num ajuste de contas com um elemento do grupo da Ribeira, Bruno 'Pidá', identificado por testemunhas do crime, mas que negou qualquer envolvimento numa entrevista à TVI.As críticas à polícia não tardaram. "Passou para a opinião pública a ideia de que a polícia preferia que os seguranças se matassem uns aos outros. Assim, teria as ruas limpas, sem qualquer trabalho", opina o ex-polícia João Rocha.
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MensagemAssunto: Re: Guerra começou com bofetada   Guerra começou com bofetada EmptyDom Dez 16, 2007 1:41 pm

MUITO INTERESSANTE!!!!
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