Israel alivia bloqueio à Faixa de Gaza depois dos protestos internacionais
21.01.2008 - 18h20 PUBLICO.PT, Agências
O Governo israelita decidiu autorizar a entrega de combustível e medicamentos à Faixa de Gaza, aliviando um duro bloqueio imposto quinta-feira passada ao território e que estava a gerar um coro de protestos internacionais.
A decisão, adoptada pelo ministro da Defesa, Ehud Barak, permitirá à União Europeia enviar combustível para a principal central eléctrica do território, obrigada ontem a encerrar duas das suas turbinas, o que deixou às escuras a maior parte da cidade de Gaza.
“As entregas deverão ser retomadas amanhã e isso suprirá durante um período indeterminado as necessidades da Faixa de Gaza”, afirmou um porta-voz do Ministério da Defesa israelita.
No dia seguinte, adiantou o mesmo responsável, “camiões vão entregar medicamentos e outros produtos vitais de carácter humanitário”.
Por seu lado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros garantiu que o Governo israelita “continuará a estudar a situação a agirá em função do que se estiver a passar no terreno”, dando a entender que os abastecimentos poderão voltar a ser cortados no caso de serem disparados novos “rockets” contra o Sul de Israel.
Ao quinto dia de bloqueio, a situação na Faixa de Gaza abeira-se de uma crise humanitária, com boa parte do território privada de electricidade, carência generalizada de combustível nos postos de abastecimento e redução dos alimentos em armazém.
Ao início da tarde, a agência para ONU para ajuda aos refugiados palestinianos (UNWRA) anunciou que, se Israel não revisse o bloqueio, na “quarta ou quinta-feira”, teria de suspender a distribuição de alimentos ao território, que conta com 1,5 milhões de habitantes.
Apesar dos protestos internacionais, mais veementes entre os países árabes, o primeiro-ministro israelita, Ehud Olmert, garantiu hoje que o bloqueio vai manter-se enquanto o território estiver a ser controlado pelos islamistas do Hamas.
A declaração recebida com indignação pelo Hamas. “Prometemos continuar o caminho da Jihad e da resistência, sejam qual forem os sacrifícios e sofrimentos” necessários, afirmou Mahmoud Zahar, que na semana passada perdeu um dos filhos num bombardeamento da aviação israelita.