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 FALTA DE AMBULÂNCIAS E EXCESSO DE TERRORISTAS

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MensagemAssunto: FALTA DE AMBULÂNCIAS E EXCESSO DE TERRORISTAS   FALTA DE AMBULÂNCIAS E EXCESSO DE TERRORISTAS EmptyTer Jan 29, 2008 3:17 am

FALTA DE AMBULÂNCIAS E EXCESSO DE TERRORISTAS


João Miguel Tavares
jornalista
jmtavares@dn.pt
FALTA DE AMBULÂNCIAS E EXCESSO DE TERRORISTAS 100135

1. O que é chato em política é mesmo a política. Quer dizer: a um governante não basta delinear uma estratégia e agir em conformidade. Não chegam estudos, mapas e relatórios. É preciso explicar as mudanças, resistir aos interesses instalados, ouvir toda a gente, voltar a explicar, nunca amuar, saber onde ceder, saber onde não ceder, fincar o pé. Numa frase: é preciso enfrentar pessoas. E é por isso, por a política ser coisa mais de gente do que de PowerPoint, que um ministro desastrado pode perfeitamente dar cabo de uma reforma razoável. Correia de Campos é disso um bom exemplo.

Entre aparecimentos na televisão e telefonemas irados para autarcas contestatários, Correia de Campos manifesta evidentes dificuldades em se relacionar com o género humano. E é uma pena. Porque no seu frenesim de justificações atabalhoadas, ele faz com que uma reflexão séria sobre o serviço nacional de saúde seja substituída pela contagem de partos em ambulâncias. E, no entanto, só quem desconhece a tragédia de muitos hospitais do interior é que pode negar a necessidade de uma maior concentração de unidades e de especialistas. A medicina é uma arte que necessita de companhia: sem vigilância, actualização e confronto com os seus pares, um médico corre o risco de se tornar mais um problema do que uma solução.

Mas ponham Correia de Campos a explicar isto na televisão e parece sempre que ele nos anda a enganar. E, assim, o ministro da Saúde torna-se o alvo fácil de todos os disparos, sejam eles demagógicos (caso do bebé de Anadia, cuja intervenção do INEM os próprios pais não contestam) ou justos (caso do homem de Alijó, que ainda assim é mais revelador do amadorismo dos bombeiros que temos do que das falhas do INEM). Correia de Campos é o típico técnico que adoraria mudar o mundo a partir do seu gabinete. Ele acredita, com sinceridade, ter grandes planos para as pessoas deste país. As pessoas deste país é que não param de o atrapalhar.

2. Sim, a gente sabe que há normas de segurança para serem cumpridas e que convém não brincar com o terrorismo. Mas não é por isso que a coisa deixa de ser deprimente. Evacuar uma estação de metro inteira por causa de um saco embrulhado num "lenço árabe" e depois fazê-lo explodir sob o olhar atento de dezenas de polícias é deveras embaraçoso. Vejamos: um saco embrulhado num "lenço árabe"? Mas se algum fundamentalista islâmico quisesse rebentar com uma carruagem embrulhava as bombas no lenço do Arafat? E de caminho, já agora, afixava nas portas do metro uns posters do Ben Laden. Por favor.
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