Bloco em protesto pelos «milionários oprimidos» O Bloco de Esquerda foi hoje para a Rua Augusta, bem em frente à casa-mãe do Banco Comercial Português (BCP) em defesa dos «
milionários oprimidos». «
Em defesa dos direitos adquiridos» foi o lema da dezena de jovens envolvidos.
Numa manifestação irónica na Baixa Lisboeta, o BE acusou Portugal de não respeitar os seus ricos: «
A exposição pública da intimidade financeira de banqueiros e investidores e os recentes apelos irresponsáveis ao cumprimento da lei constituem uma ameaça aos direitos dos milionários», lê-se nos panfletos distribuídos.
Referindo-se ao caso de Paulo Teixeira Pinto, que «
passou à reforma com um relatório de junta médica» e «
continua a contribuir para o desenvolvimento do país numa consultora financeira», os bloquistas exigiam condições «
para começar uma velhice condigna aos 47 anos».
Aos transeuntes, o Bloco alertava também para Vítor Constâncio, pois «
o Banco de Portugal ameaça agora cumprir as suas funções fiscalizadoras. É um escândalo».
Num tom mais sério, Francisco Louçã justifica a acção dizendo que «
o que o Bloco de Esquerda faz é dizer os nomes dos gestores do BCP que saem com reformas milionárias».
«
Estas empresas têm de dizer quanto ganham os trabalhadores precários que têm. As pessoas que pagam as rendas ao banco sofrem com esta desigualdade», denuncia o líder do Bloco de Esquerda.
Questionado sobre o facto de as «
desigualdades» e «
reformas milionárias» só agora serem conhecidas», Francisco Louçã diz que é uma situação que se arrasta há vários anos: «
Houve muito fechar de olhos. Criou-se uma situação de desigualdade que se agravou cada vez mais».
E o dirigente bloquista nem tem dificuldade em apontar situações semelhantes às do BCP em empresas públicas: «
EDP e PT – onde o Estado tem uma golden share – pagam pagam um salário muito aproximado. O Estado participa nisso», acusa.
Quanto à posição do partido, Louçã é peremptório: «
O Bloco de Esquerda quer fazer clareza nessa matéria. É preciso haver regras, por isso propomos um imposto sobre as grandes fortunas».
igor.costa@sol.pt