Príncipe Harry no Afeganistão
Terceiro na linha de sucessão está há dez semanas em combate
O príncipe Harry, terceiro na linha de sucessão do trono inglês, foi destacado há dez semanas para uma missão de combate no Afeganistão. Trata-se da primeira vez em 26 anos que um membro da família real britânica participa numa guerra. O tio de Harry, André, foi piloto de helicóptero, em situações perigosas, nas Malvinas, em 1982. E o avô esteve numa batalha naval, em 1941.
A notícia de que Harry, de 23 anos, está no Afeganistão só ontem foi divulgada, após o site Drudge Report ter furado um embargo noticioso sem precedentes. Na realidade, a informação já transpirara, mas passou despercebida. Desta vez, a notícia foi difundida pelas televisões.
O facto era conhecido de muitos directores, mas o Ministério da Defesa britânico fez um acordo que impediu a divulgação do assunto, pelo menos durante dez semanas. Em troca, algumas organizações tinham acesso a imagens e até a uma conferência de Imprensa do príncipe.
O chefe de Estado maior britânico, general Richard Dannatt, reagiu confessando o seu "desapontamento" pela notícia ter sido dada "sem nos consultarem". A informação é considerada delicada, pois poderá colocar a vida de Harry em perigo ou a dos seus camaradas de armas.
Mas é devido ao acordo e ao respectivo acesso de alguns jornalistas que se conhecem pormenores sobre a actividade do príncipe Harry (ou melhor, alferes de cavalaria Wales) na perigosa província de Helmand, no sul do Afeganistão.
Harry foi controlador aéreo táctico e orientava bombardeamentos da aviação. A função consistia em identificar e eliminar alvos, sem causar baixas nas próprias forças. Nessa qualidade, o príncipe tinha contacto rádio com pilotos de vários países, que desconheciam a sua identidade. As primeiras bombas que orientou caíram no dia de ano novo. Harry também esteve na linha da frente, em locais expostos.
Mas a história mais reveladora foi a da noite de Natal passada num posto avançado, junto dos soldados Gurkha (de origem nepalesa e famosos pelas facas kukri). O alferes Wales obteve autorização do comandante e, segundo explicou, cumpriu um sonho: "Não sei porquê, era algo que eu queria fazer, apenas estar com eles", contou Harry.
dn