Portugal tem a sétima maior comunidade de emigrantes no mundo
Portugal tem a sétima maior comunidade de emigrantes no mundo, revelou, com base em dados estatísticos nacionais e internacionais, fonte dos assuntos consulares e das comunidades do Estado português.
No âmbito do «Colóquio sobre as políticas para a juventude, cultura e associativismo nas comunidades portuguesas», foram apresentados, hoje, na Universidade Lusófona, dados estatísticos das comunidades portuguesas, com base em dados públicos do Instituto Nacional de Estatística (INE), da Organização da Cooperação para o Desenvolvimento Económico (OCDE) e das Nações Unidas.
Segundo Ana Cristina Ribeiro, da Direcção Geral dos Assuntos Consulares e Comunidades Portuguesas, dados da OCDE publicados em 2007, evidenciam Espanha e Suíça como os maiores destinos de emigração portuguesa nos últimos anos.
«Com 1 049 500 emigrantes portugueses no mundo, Portugal possui a sétima maior comunidade do mundo», afirmou Ana Cristina Ribeiro, da Direcção Geral dos Assuntos Consulares e Comunidades Portuguesas, durante a apresentação de dados estatísticos das comunidades portuguesas, na Universidade Lusófona.
O México, o Reino Unido e a Turquia ocupam os primeiros lugares.
Ana Cristina Ribeiro refere que «a comunidade portuguesa representa 13,1 por cento da população do país» e evidencia que «não há como negar a saída cada vez maior de portugueses para o estrangeiro», o que reflecte também a livre circulação entre as fronteiras da União Europeia.
Quanto aos países de destino, os dados entre 2003 e 2006 revelam um aumento significativo de emigrantes portugueses a deslocarem-se para a Suíça e para a Espanha.
A França, o Reino Unido e o Luxemburgo são outros destinos frequentes da emigração portuguesa.
Prevê-se a criação do Observatório da Emigração, com vista a revelar dados estatísticos sobre as comunidades portuguesas no estrangeiro, congregando entidades estatais, que produzem estudos estatísticos, e académicos para a realização do projecto, informou Paulo Amaral, do gabinete da Secretário de Estado das Comunidades, presente no Colóquio.
Face ao número de emigrantes portugueses no mundo, a directora do Gabinete de Relações Culturais e Internacionais do Ministério da Cultura, Patrícia Salvação Barreto, também presente no Colóquio, afirmou que «as comunidades lusófonas são a maior rede diplomática que o país tem no estrangeiro».
«Estas comunidades projectam o que é ser português, no quotidiano, ao mostrarem de modo singular a capacidade de adaptação às realidades, por vezes diferentes das que encontrariam em Portugal», adiantou.
A directora do gabinete de Relações Culturais e Internacionais acredita que estas comunidades complementam e até substituem o corpo diplomático, no caso de esta participação oficial não existir no país.
Patrícia Salvação Barreto acentuou que, de acordo com o trabalho desenvolvido do Ministério da Cultura, é necessário difundir a criação dos autores portugueses no mundo, mas também promover o diálogo intercultural.
«Da mesma forma que é essencial integrar de forma pacífica os imigrantes que vivem em Portugal, também os vários estados (no estrangeiro) onde residem portugueses devem fazê-lo do mesmo modo», afirmou.
No que diz respeito aos luso-descendentes, a directora lançou a ideia de criar um portal, com base numa parceria entre entidades institucionais e a rede das comunidades portuguesas, onde ambos pudessem dialogar e estabelecer planos de acção.
Desta forma a directora pretende aproximar os luso-descendentes a Portugal e melhorar o diálogo entre os portugueses e os seus representantes.
«Não creio que estejam bem estruturados, nem são frequentes, os diálogos entre os portugueses e os seus representantes», lamentou.
O «Colóquio sobre as políticas para a juventude, cultura e associativismo nas Comunidades Portuguesas» decorreu quinta-feira e hoje, na Universidade Lusófona.
Diário Digital / Lusa - 07-03-2008