CGTP acusa Governo de "não perceber ou não querer interpretar"
Lisboa, 14 Mar (Lusa) - O secretário-geral da CGTP, Carvalho da Silva, acusou hoje o Governo de não "
perceber ou não querer interpretar" os protestos dos trabalhadores e anunciar primeiro as medidas antes de se sentar à mesa com os sindicatos.
No dia de greve da função pública convocada para hoje pela Federação Nacional dos Sindicatos da Função Pública, afecta à CGTP, Carvalho da Silva respondia, assim, ao ministro do Trabalho e Solidariedade Social, Vieira Silva, que quinta-feira disse em Leiria não compreender os motivos da greve quando o diálogo com os parceiros ainda decorre.
Carvalho da Silva contestou o conceito de diálogo de Governo, que acusou de anunciar as medidas e "
depois aparecer à mesa das negociações com os sindicatos para ver se concordam com elas".
"
O ministro Vieira da Silva e o Governo não percebem ou não querem interpretar o protesto dos trabalhadores e de outros sectores da população e esse é o maior mal da governação actual", argumentou.
"
É um Governo que exerce uma governação que desequilibra as relações na sociedade e permite que grupos e interesses económicos se apoderem daquilo que bem lhes apetece e pressionem progressivamente o Governo", apontou.
Carvalho da Silva falava aos jornalistas à porta da sede do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), em Lisboa, onde a adesão à greve está a ser de 83 por cento.
Fonte sindical disse à Agência Lusa, que das 15 pessoas escaladas para o Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU), 10 aderiram à paralisação, duas encontram-se em baixa médica, duas estão a trabalhar e uma outra estava atrasada.
A paralisação abrange o pessoal não docente das escolas, o pessoal administrativo, auxiliar e técnico de diagnóstico dos hospitais e centros de saúde e os funcionários dos diversos ministérios, embora o pré-aviso de greve inclua qualquer outro funcionário público que pretenda aderir.
A greve ocorre no âmbito de uma semana de luta convocada pela Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública (CGTP-In) e coincide com a realização de uma manifestação.
A manifestação de protesto vai decorrer durante a tarde, em Lisboa, entre o Ministério das Finanças e S. Bento e integrará também os trabalhadores do Município de Lisboa.
O novo diploma dos vínculos, carreiras e remunerações, o congelamento de escalões, a imposição de quotas no sistema de avaliação e o aumento da idade de reforma são algumas das questões que levaram a Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública (CGTP) a convocar esta semana de luta.
CFF/PL/RRA
Lusa/Fim