Chávez diz a Bush que "meta na algibeira" lista de países terroristas
Caracas, 14 Mar (Lusa) - O presidente da Venezuela, Hugo Chávez Frías, recomendou, hoje, ao seu homólogo norte-americano, George W. Bush, que "meta na algibeira" uma listagem dos EUA sobre alegados países terroristas, em que as autoridades americanas prevêem incluir a Venezuela.
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O chefe imperial (George W. Bush) arremete de novo contra nós, contra a Venezuela, o nosso Governo e contra mim em particular. Anda desesperado (...) e ameaça incluir-nos na listagem de terroristas. Que façam essa listagem, que continuem fazendo e que a metam na algibeira", disse.
Hugo Chávez falava na posse da direcção do recém criado Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), organização que reúne alguns dos principais partidos políticos que o apoiam.
Segundo o presidente da Venezuela, George W. Bush está "
desesperado" porque falhou as tentativas para derrotar a "
revolução bolivariana" e criar instabilidade no seu governo.
No seu entender, "
essa é a resposta" aos acontecimentos da Cimeira de Santo Domingo, na qual, com apertos de mão e abraços, os presidentes da Venezuela, Equador e Nicarágua reactivaram relações com a Colômbia após uma semana de conflitos originados pela incursão militar colombiana em território equatoriano, onde foi assassinado o "
número 2" da guerrilha das FARC, Raul Reyes.
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Não podemos esquecer que estamos numa batalha contra o imperialismo e que eles nos catalogaram como inimigos, não número um mas nos primeiros lugares, e que o plano imperial é derrubar este governo e deitar abaixo a revolução bolivariana", advertiu Chavez.
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Têm medo do impacto desta revolução nos demais povos e países do continente americano e por isso essa permanente agressão contra nós", comentou.
Por outro lado, explicou que, em 2008, haverá eleições presidenciais nos EUA e autárquicas na Venezuela, e advertiu que "
a burguesia venezuelana, acoplada ao império norte-americano e aos seus aliados neste continente e de outras partes do mundo, está a apostar com mais força no caminho eleitoral, para nos debilitar nestes meses, para tratar de nos derrotar antes das eleições do fim do ano".
Pediu aos simpatizantes que imaginem "
um cenário de 2009, com essa força reaccionária da burguesia venezuelana, subordinada ao mandato imperialista".
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Imaginemos a oposição reaccionária controlando a Câmara de Caracas, de Petare, do Estado de Miranda, Arágua e Carabobo. Imaginemos, porque ninguém pensava que íamos ser derrotados no passado 2 de Dezembro (2007)", disse aludindo aos resultados do referendo Constitucional.
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O objectivo é derrubar o governo revolucionário, porque esse é um dos planos que tem o império na sua mesa de trabalho e nos seus laboratórios de guerra psicológica", adiantou.
Durante um discurso na Câmara de Comércio Hispânica, o presidente George W. Bush acusou, quinta-feira, o seu homólogo venezuelano de manter um "
padrão preocupante de comportamento provocador" e de estar cheio de "
promessas vazias e sede de poder".
Bush fazia alusão ao recente conflito entre a Venezuela, Equador e Nicarágua com a Venezuela, na sequência da morte do "
número 2" das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), Raul Reyes, e acusou Hugo Chávez de elogiar o guerrilheiro "
como um bom revolucionária" e pedir à comunidade internacional que "
reconheça os terroristas das FARC como um exército legítimo".
Segundo George Bush, altos funcionários do governo de Caracas mantêm vínculos com as FARC e a América Latina deve decidir se "aceita a visão de terroristas e demagogos" ou "
apoia activamente os líderes democráticos como o presidente (Álvaro) Uribe".
Hoje, os congressistas norte-americanos republicanos Ileana Ros-Lehtinen e Connie Mach apresentaram uma resolução na Câmara de Representantes instando o governo dos EUA a incluir a Venezuela na listagem de países que apoiam o terrorismo.
FPG.
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