Aterosclerose (hipótese benigna) Há duas semanas, António Barreto divagou longamente no
Público acerca de uma carta atribuída a Rosa Coutinho, na qual o Yul Brynner do PREC aconselhava Agostinho Neto a comer criancinhas (brancas) ao pequeno-almoço. A carta, reproduzida em
fac-simile num livro editado algures, havia sido encontrada, em 1975, na África do Sul do
apartheid.
Barreto chamou-lhe um figo. Nem por um momento lhe passou pela cachimónia que pudesse tratar-se de uma provocação. Nem por um momento suspeitou que o mais elementar bom senso aconselharia a que tais “sugestões” não fossem feitas por escrito e, muito menos, aparecessem, como por encanto, em mãos amigas ligadas ao
apartheid e a sectores do colonialismo em decomposição.
Atirada a pedra, Barreto escondeu a mão e assobiou para o lado. A
blogosfera insurgiu-se e o colunista do
Público assobiou para o lado. A situação complicou-se quando o
provedor dos leitores do Público foi inundado de protestos.
Então, António Barreto aproveita um desmentido formal de Rosa Coutinho à
Visão para, com a mesma ligeireza com que atirou a pedra, escrever ontem no
Público: “Lamento ter utilizado como argumento esse documento apócrifo. As minhas desculpas ao senhor Almirante e aos leitores.” É isto uma postura séria?
posted by Miguel Abrantes @
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