No meu pouco tempo para a net, aqui fica um artigo sobre um tema que gosto de ler.
Cumprimentos a todos.
Presidente da Bolsa diz que optimismo voltou
Athayde Marques sente que a confiança está a voltar aos mercados e já se nota na Euronext.
O presidente da Euronext Lisboa falou ao Diário Económico sobre a crise financeira que tem afectado os mercados desde o início de Agosto. Por coincidência, a conversa telefónica aconteceu numa semana positiva para as principais bolsas.
Miguel Athayde Marques não tem dúvidas e afirma que os medos sobre o impacto desta crise ainda “não se dissiparam totalmente”. No entanto, lembra que há uma perspectiva positiva para os mercados de acções, pois estes começam a dar alguns sinais de recuperação.
“Parece que há um ‘outlook’ mais positivo para os mercados de acções, e os mercados de acções antecipam o futuro e, portanto, essa é a expectativa do momento”, referiu.
A volatilidade vai andar por aí, adianta. “Portugal vai estar alinhado com o que os outros investidores vão fazer”, acrescentou.
Na passada semana, a bolsa de Lisboa esteve entre as maiores subidas face aos principais mercados internacionais, ao valorizar-se perto de 5%. O principal índice do mercado português, o PSI 20, acumula ganhos superiores a 12% em 2007, sendo superado pelo indicador alemão Dax que regista uma subida acima dos 20%.
“Os mercados estão agora mais confortáveis”, adiantou Athayde Marques durante a mesma conversa.
Recordou que parte da recuperação das bolsas pode estar directamente relacionada com o facto de se ter tido acesso a mais informação sobre o impacto da crise financeira em alguns sectores, nomeadamente na banca. Na passada semana, vários bancos importantes revelaram os resultados deste problema nas contas do terceiro trimestre.
O maior banco do mundo, o Citigroup anunciou um impacto negativo de 1,3 mil milhões de euros. “Aberração” foi um dos termos utilizados por Charles Prince, CEO do banco, para classificar as perdas de 900 milhões de euros em activos expostos ao ‘subprime’ e de 420 milhões na negociação de activos de renda fixa. Por outro lado, a UBS registava prejuízos no terceiro trimestre pela primeira vez nos últimos cinco anos. Os problemas nos mercados de crédito penalizaram os resultados do maior banco suíço em 2,4 mil milhões e provocaram o afastamento do director da banca de investimento e a demissão de 1.500 funcionários.
“Há uma maior confiança por parte do sistema financeiro. Havia um problema de falta de transparência, falta de informação, que começou a ser esclarecida”, acrescentou.
Apesar do melhor momento dos mercados accionistas, Athayde Marques lembra que um dos principais riscos desta crise prende-se com o facto de não ser resolvida rapidamente.
“O risco da crise financeira no mercado de crédito é se a situação não for resolvida rapidamente e se a sua dimensão for maior do que se suspeita”, referiu o presidente da Euronext Lisboa, que está hoje integrada numa bolsa transatlântica depois da compra do grupo Euronext pela norte-americana NYSE.
Ao nível macroeconómico, diz que existe o risco de que o impacto nos EUA “influencie o comportamento dos consumidores”.
Pela primeira vez na história as várias economias não estão tão dependentes do consumidor americano “e isso é positivo”, afirma Athayde Marques. Esta situação verifica-se porque economias como a China, Índia, Rússia e Brasil estão em forte expansão.
O mesmo responsável revelou que existem dados que mostram que os bancos estão a emprestar dinheiro para operações de fusões e aquisições de média dimensão. “Há menos liquidez para grandes operações de fusões e aquisições. Os bancos não emprestam tanto, há mais cautela”, finalizou.
Diário Económico