ONGs: Condições em Gaza 'são as piores em 40 anos'
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Os moradores protestam contra a escassez de recursos em Gaza |
A
situação humanitária na Faixa de Gaza é a mais sombria desde que Israel
ocupou o território em 1967, de acordo com organizações de direitos
humanos e desenvolvimento sediadas na Grã-Bretanha. Entidades
que incluem a Anistia Internacional, Save the Children, Cafod, Care
International e Christian Aid, consideraram o bloqueio à Faixa de Gaza,
imposto há quase dois meses, como uma punição coletiva ilegal que não
garante a segurança do país, como querem as autoridades israelenses.
As autoridades israelenses dizem que a ação militar e outras medidas são legais e necessárias para por fim a ataques a partir
de Gaza.
Israel retirou seus soldados e colonos da Faixa de Gaza em 2005, mas reteve o controle sobre o espaço aéreo e a costa da região,
e sobre sua própria fronteira com o território.
O país reforçou seu bloqueio em janeiro em meio à intensificação de ataques de foguetes por militantes palestinos em Gaza.
"Desastre" O
relatório "Faixa de Gaza: Uma Implosão Humanitária", diz que o bloqueio
acentuou dramaticamente os níveis de pobreza e desemprego, e levou à
deterioração dos serviços de educação e saúde.
Mais de 1,1 milhão de habitantes da Faixa de Gaza dependem da concessão de surprimentos em caráter humanitário e dos 110 mil
trabalhadores empregados no setor privado, 75 mil perderam o emprego, diz o documento.
"A menos que o bloqueio termine agora, será impossível tirar a Faixa de Gaza da beira do precipício e qualquer esperança de
paz para a serião será destruída", disse Geoffrey Dennis, da Care International da Grã-Bretanha.
Na semana passada, as forças israelenses lançaram uma operação militar no norte da Faixa de Gaza, em que mais de 120 palestinos
- inclusive muitos civis - morreram.
Israel disse que as medidas têm o objetivo de por fim a freqüentes ataques de foguete realizados por militantes palestinos.
Recentes ataques do tipo atingiram o sul de Israel, chegando a Ashkelon, a cidade israelense populosa mais próxima da Faixa
de Gaza.
Ocupação As organizações britânicas concordaram que Israel tem o direito e a obrigação de proteger os seus cidadãos, pedindo aos dois
lados que suspendam ataques ilegais a civis.
Mas pediram que Israel cumpra suas obrigações e, como força de ocupação na Faixa de Gaza, garanta que seus habitantes tenham
acesso a alimentos, água limpa, eletricidade e assistência médica, que são escassos na região.
"Punir a população inteira da Faixa de Gaza negando a ela estes direitos humanos básicos é totalmente indefensável", disse
a diretora da Anistia na Grã-Bretanha, Kate Allen.
Entre
as outras recomendações dos grupos está o diálogo internacional com o
movimento Hamas, que rejeita a legitimidade de Israel e foi ignorado
pelos aliados de Israel e o partido Fatah do líder palestino na
Cisjordânia, Mahmoud Abbas.
"A Faixa de Gaza não pode se tornar um parceiro para a paz a menos que Israel, a Fatah e o Quarteto (EUA, ONU, União Européia
e Rússia) envolvam o Hamas e dêem ao povo da Faixa de Gaza um futuro", disse Daleep Mukarji, da Christian Aid.