Medo do estranho e raiva ao vizinho

Medo do estranho e raiva ao vizinho


Era a senhora Thatcher primeira-ministra britânica, a Comunidade Europeia fez uma declaração condenando a xenofobia. Num texto nobre os chefes de Governo dos 'Doze' pregavam moral e correcção política "urbi et orbi". Antes da senhora o assinar foi preciso explicar-lhe o que queria dizer xenofobia porque, embora Margaret Thatcher se tivesse formado em Oxford, só lá tinha estudado química e de grego sabia pouco.

"Odiar estrangeiros?", perguntou, depois de esclarecida. "Que mal é que tem?"
Era esse instinto de sintonia com o sentir do povo que a fazia ganhar eleições. De resto, acabou corrida do poleiro não pelos eleitores mas por conspiração de palácio de alguns dos seus validos.

Comunidade a doze transformou-se em União a vinte e sete mas o espírito de missão não fraquejou. A União Europeia proclama e procura fazer aplicar os mais altos padrões morais no convívio entre os povos e as
pessoas. Aboliu a guerra entre os seus membros e verbera as guerras dos outros, aboliu a pena de morte, condena o crime mas procura compreensão para o criminoso e conduz campanha constante para banir da face da terra intolerância religiosa, machismo, racismo e xenofobia.

Ultimamente, porém, os povos andam mais ariscos a essa pregação. O propósito dos pregadores é admirável mas a sua presunção de que quem não os entenda ou é mentalmente débil ou moralmente condenável tem alargado o fosso entre pastores e rebanho neste espaço rico, pacífico e pouco piedoso que se chama Europa. O primeiro toque a rebate veio em 2005, com os 'nãos' francês e holandês à Constituição europeia, e os políticos começaram a responder-lhe. Com o papão da globalização por pano de fundo, legislações e práticas dificultando imigração e castigando mais duramente criminosos brotaram por quase toda a parte, às vezes demagogicamente ligadas. Há dias, houve um sobressalto maior.

Em Itália, o assassínio brutal da mulher de um oficial de marinha por um cigano romeno foi a gota que fez transbordar o copo. No país europeu até agora mais tolerante no acolhimento de imigrantes, legais ou clandestinos, saiu um decreto-lei que permite expulsar sumariamente cidadãos de outros membros da União que ameacem a ordem pública. O ministro do interior ordenou rapidez aos governadores civis. A oposição pede 20.000 expulsões já e uma moratória nas entradas de romenos. O Governo de Bucareste protestou e as duas autoridades cívicas do continente, o Papa e a Comissão Europeia, lembraram ao Governo de Roma as suas obrigações morais e legais. Mas 1% da população de Itália é hoje romena e a vastíssima maioria dos italianos aprova as medidas tomadas.

Na Bélgica, a história é outra. Estrangeiros são distracções porque a zanga permanente é entre nativos: valões francófonos e flamengos que falam holandês. A raiva recíproca chegou a tal ponto que a Bélgica talvez acabe. Mau exemplo de intolerância e xenofobia - vindo do torrão mesmo de onde a Europa prega bondade ao mundo.

José Cutileiro

12 de Nov de 2007 - Expresso

Inglaterra, França e Holanda cometeram erros que se vão arrepender. BOMBAS ISLÂMICAS no seu território, que são as populações de mais de 10%!!! ISLÂMICOS!!
Desse MAL os USA não sofrem. Não passam de 1% aqui!!