Júri culpa motorista e paparazzi por morte de Diana
Princesa Diana
Princesa Diana e seu namorado morreram em agosto de 1997
O júri de uma nova investigação realizada pela Justiça britânica sobre a morte da princesa Diana e de seu namorado, Dodi al-Fayed, concluiu nesta segunda-feira que os dois foram vítimas de homicídio por negligência.
O inquérito afirma que o choque do carro que matou os dois foi causado por negligência ao volante por parte do motorista do casal, Henry Paul, e dos fotógrafos que perseguiam a princesa.
Segundo o júri, Diana e Fayed foram vítimas de "unlawful killing", termo do código penal da Inglaterra que abrange, entre outras coisas, mortes causadas sem intenção, como por negligência no trânsito.
Diana e Fayed morreram na madrugada do dia 31 de agosto, quando o carro no qual estavam bateu em uma coluna em Paris. A investigação sobre as mortes foi aberta há seis meses.
Sem provas
O júri precisava decidir se as mortes foram causadas por acidente, homicídio por negligência ou por algum fator não-explicado. Os investigadores não conseguiram provar que houve assassinato – homicídio doloso.
O juiz que investigou o caso, Scott Baker, disse que não havia provas que indicassem "homicídio por parte do Duque de Edimburgo ou por qualquer outra pessoa em um acidente forjado".
Segundo Baker, o veredicto do júri é equivalente a homicídio culposo.
O pai de Dodi al-Fayed, o empresário Mohamed al-Fayed, acusava o príncipe Phillip, Duque de Edimburgo e marido da rainha Elizabeth 2ª, de planejar o assassinato de Diana e do namorado.
O júri também concluiu que o fato de Paul ter bebido antes de dirigir e de Diana e Dodi não estarem com cintos de segurança contribuiu para as mortes.
Investigações
Apesar de terem acontecido na França, as mortes de Diana e Fayed foram alvos de duas investigações na Grã-Bretanha devido a suspeita de que os dois seriam vítimas de uma conspiração britânica.
A primeira foi conduzida pela Scotland Yard, a Polícia Metropolitana, que concluiu em 2006 que as mortes foram causadas por acidente.
A nova investigação, concluída nesta segunda-feira, foi conduzida por uma autoridade judicial independente e submetida a um júri.
Essa investigação tem o poder de determinar as causas e os culpados pelas mortes. Cabe à promotoria da Grã-Bretanha a decisão de abrir um processo contra os apontados pelo inquérito.
O ministério da Justiça da Grã-Bretanha confirmou nesta segunda-feira que não é possível processar estrangeiros por mortes ocorridas fora do país, nem mesmo quando a vítima é britânica. Todos os paparazzi envolvidos no caso da morte da princesa eram estrangeiros.
Reações
Mohamed al-Fayed, que assistiu ao anúncio do júri, não aceitou a conclusão do inquérito.
"Em dez anos, passei por duas investigações policiais", afirmou. "Os inquéritos da França e da Scotland Yard (a polícia metropolitana) estavam errados. Esse (novo) inquérito prova isso."
"Eles (os inquéritos anteriores) diziam que foi um acidente e agora isso foi negado", acrescentou. "O mais importante é dizer que foi assassinato."
O ex-comissário da polícia metropolitana britânica John Stevens, que conduziu uma investigação encerrada em 2006, elogiou o novo inquérito.
"Só espero que isso traga alguma sensação de encerramento para algo que foi um evento traumático para muitas pessoas", afirmou. "O senhor Fayed disse que aceitaria o veredicto do júri. O veredicto foi claro. Eles disseram que têm absoluta certeza de que não houve conspiração neste caso."
A irmã de Diana, Sarah McCorquodale, saiu do tribunal sem comentar o caso.